As propriedades rurais do Paraná voltadas à produção de leite vêm recebendo um apoio determinante em uma das etapas mais importantes da atividade: a ordenha.
Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) estão visitando a produção para a vistoria completa das ordenhadeiras, com o objetivo de otimizar o funcionamento dos equipamentos.
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Em julho deste ano, 20 pulsógrafos digitais MilkSat foram comprados pelo Sistema Faep e repassados ao IDR-Paraná, para serem utilizados nas assistências técnicas. “Esta é apenas uma das ramificações desta parceria, com o objetivo de profissionalizar ainda mais a pecuária leiteira, tão importante ao nosso Estado.
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Queremos atingir a excelência em todas as etapas da produção”, define o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.
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Fotos: Divulgação/Sistema Faep
As visitas técnicas para vistoria das ordenhadeiras já começaram. Em Roncador, na região Central do Paraná, quatro propriedades rurais já receberam técnicos do IDR-Paraná. Os profissionais instalam o pulsógrafo MilkSat nas ordenhadeiras, que fazem a “leitura” do desempenho dos aparelhos na hora.
Os resultados podem ser acompanhados por meio de um aplicativo de celular. Com o diagnóstico em mãos, o técnico define que regulagens ou manutenções precisa fazer, para que as ordenhadeiras funcionem com eficiência máxima.
“O pulsógrafo mostra na tela do celular as informações, com base no que é estabelecido pelas normas técnicas”, explica o técnico Messias Kalinoski.
O aparelho afere elementos como a pulsação e o vácuo das ordenhadeiras, confrontando os indicadores com parâmetros técnicos. “Se não estiver dentro do padrão, fazemos os ajustes na hora”, ressalta.
Além de otimizar a ordenha, que implica em aumento de produção, a regulagem das ordenhadeiras previne uma série de problemas no rebanho, inclusive em relação à saúde e ao bem-estar dos animais. “O uso de ordenhadeiras desreguladas podem causar lesões, hiperqueratoses, inversão de esfíncter, tetos perdidos e mastites”, enumera o técnico do IDR-Paraná.
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Benefícios na ponta
A visita dos técnicos ao Sítio Formigão trouxe benefícios imediatos ao bem-estar do rebanho. Localizada na comunidade Faxinalzinho, em Roncador, a propriedade mantém um plantel de 68 cabeças, das quais 33 fêmeas estão em lactação.
A pecuarista Fabiane Aparecida Onesko conta que o pulsógrafo apontou que as ordenhadeiras estavam desreguladas, com vácuo excessivo. “Quando nós colocávamos as vacas na ordenha, elas se debatiam um pouco, dando a entender que estavam incomodadas. E era isso: as ordenhadeiras estavam desreguladas”, diz.
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Segundo Fabiane, o técnico do IDR-Paraná visitou a propriedade em dois dias consecutivos. No primeiro, instalou o pulsógrafo e fez o diagnóstico. No segundo dia, o extensionista fez a regulagem e acompanhou uma ordenha completa. “É muito prático, pois a tecnologia avançada permite a regulagem. Eu nunca tinha visto”, observa a pecuarista.
Logo após a regulagem, além dos pontos positivos relacionados ao bem-estar animal, o desempenho do plantel melhorou. “Dá mais conforto para as vacas e, com isso, passaram a dar mais leite. Não chegamos a quantificar, mas sabemos que aumentou”, afirma Fabiane.
A previsão é de que o IDR-Paraná faça uma nova visita à propriedade em 60 dias, para realizar uma nova aferição das ordenhadeiras.
Satisfeita com os resultados, a produtora rural destaca a importância da parceria entre o IDR-Paraná e o Sistema Faep. “A ordenha é só mais processo dentro da pecuária de leite. E as duas entidades estão preocupadas em melhorar todos os pontos de cada etapa do processo. Ajuda muito a gente”, diz Fabiane.
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Por sua vez, a pecuarista também costuma buscar atualização constante, por meio de cursos ofertados pelo Sistema Faep. Só em títulos voltados à cadeia produtiva do leite, Fabiane tem cinco diplomas, além de capacitações relacionadas à gestão da propriedade e o Programa Mulher Atual.
“Eu me formei na lida e nos cursos do Sistema Faep. Melhora em 100% o desempenho da gente no campo. É muito aprendizado e é muito importante, principalmente para produtores como nós, que tocamos o negócio com mão de obra familiar”, salienta.