ESPMEXENGBRAIND
14 jun 2025
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Projeto colombiano busca eliminar microrganismos no leite cru sem afetar vitaminas e com menor impacto ambiental, garantindo uma maior qualidade do leite desde a ordenha com uso da luz ultravioleta.
Biogénesis-Bagó-Gado-leite-ordenha - leite, financiamento

Projeto interdisciplinar foca em sustentabilidade e segurança alimentar, mirando a qualidade do leite.

Uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Cundinamarca, na Colômbia, pode mudar radicalmente o processo de produção de leite cru, especialmente em regiões com alto índice de contaminação logo após a ordenha.

A proposta é ousada: utilizar radiação ultravioleta de ondas curtas para reduzir a carga microbiana no leite no exato momento em que ele é extraído da vaca, sem necessidade imediata de produtos químicos ou processos térmicos intensivos.

O estudo é conduzido por professores e alunos da Filial de Ubaté da universidade, em um esforço conjunto entre os cursos de Zootecnia e Engenharia de Sistemas e Computação. Os pesquisadores Fredy Alexánder Baqueo, Iván Olimpo Velásquez Parra e Guillermo León Murcia lideram a iniciativa.

O objetivo central é criar um equipamento capaz de aplicar luz ultravioleta diretamente no leite recém-ordenhado, eliminando microrganismos patogênicos oriundos de fontes comuns de contaminação, como lama e fezes — especialmente em sistemas de ordenha manual, comuns em pequenas propriedades da região.

Menos químicos, menos energia e mais qualidade do leite

Hoje, a indústria leiteira utiliza produtos químicos para controlar a carga microbiana, o que pode afetar o sabor e a composição do leite, além de apresentar riscos ao consumidor. Além disso, há o uso de processos térmicos, como a termização, que demandam altos níveis de energia.

Com a adoção da nova tecnologia, a expectativa é reduzir tanto a necessidade de substâncias químicas quanto o consumo energético da cadeia produtiva, o que também representa um avanço ambiental, diminuindo a pegada de carbono da indústria.

“Queremos garantir a segurança do leite cru, preservando suas propriedades nutricionais, especialmente as vitaminas A e D, e ao mesmo tempo tornar o processo mais sustentável e acessível”, destacam os coordenadores do projeto.

Testes devem começar em junho

O projeto encontra-se na fase final de prototipagem e redação científica, com previsão de início dos testes experimentais ainda neste mês de junho de 2025. Os experimentos vão avaliar a eficiência da desinfecção por UV e o impacto sobre a composição do leite.

Enquanto os alunos de Zootecnia analisam a qualidade e a segurança do leite tratado, os estudantes de Engenharia desenvolvem os softwares e programam os dispositivos que vão automatizar o processo. O desafio técnico é encontrar o tempo exato de exposição à luz UV que elimine os microrganismos sem causar perdas nutricionais.

Caminho aberto para transformação da cadeia do leite

Segundo os responsáveis, a proposta não visa substituir totalmente métodos tradicionais como a pasteurização, mas oferecer uma etapa inicial de purificação mais eficiente logo após a ordenha. Isso pode beneficiar especialmente pequenos produtores e regiões de difícil acesso, com menor infraestrutura.

Com a luz ultravioleta ganhando protagonismo como ferramenta tecnológica para o campo, a inovação colombiana pode influenciar positivamente a cadeia láctea em toda a América Latina, promovendo maior qualidade, saúde pública e sustentabilidade.

📌 Fonte: agronegocios.co – “A filial de Ubaté da Universidade de Cundinamarca trabalha para transformar a indústria de laticínios” (jun/2025).

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