O primeiro assunto aborda a qualidade genética e cuidado com as terneiras. No segundo momento, técnicas para bem-estar animal durante o verão como forma de aumentar a produtividade. Essas temáticas sustentam a 16ª edição do Fórum Tecnológico do Leite.
Para este ano, a organização dividiu as atividades em duas datas e dois formatos. Começa no dia 29 de setembro, por meio da internet, com transmissão pelo YouTube. Dois produtores da região apresentam experiências sobre criação de terneiros. Na outra programação, marcada para 5 de outubro, o dia será dedicado para treinamento presencial.
“Nossa ideia é valorizar o formato à distância, implantado em 2020. Foi um modelo que deu muito certo, pois conseguimos uma abrangência maior. Socializamos o conhecimento para quem não pode vir a Teutônia”, avalia o extensionista da Emater do município, coordenador do Centro de Treinamento dos Produtores, Maicon Berwanger.
Além da transmissão online, a comissão realça a importância de manter encontros presenciais dentro do fórum. “É uma marca do município. Junto com isso, consideramos fundamental haver o contato entre representantes técnicos e produtores.” A professora e coordenadora do curso Técnico em Agropecuária do Colégio Teutônia, Cristiana Terra, reforça essa interligação de atividades virtuais e presenciais como potencial de fortalecimento da promoção. “O fórum se propõe a trazer conteúdo técnico, com uma linguagem de fácil compreensão do público, buscando essa proximidade com a realidade do produtor de leite”, avalia.
O Fórum Tecnológico do Leite é promovido pelo Colégio Teutônia e pela Emater/Ascar-RS. Neste ano, integra as comemorações pelos 70 anos da instituição de ensino, comemorados em julho. O evento conta com apoio do governo de Teutônia. Patrocínio ouro de Certel Artefatos de Cimento, Top Leite, Duagro, Gestor RP, Select Sires e Milkparts. Patrocínio prata de Languiru, Dália Alimentos, Sindilat, Machado Agropecuária, Samaq Massey Ferguson, Maná, Nutron, Tangará, Cooperagri, Sicredi, Fábio Guilhermano e Launer Química.
Filmagem no campo
A experiência nascida em 2020, com gravações nas propriedades rurais se repetem neste ano. O casal Ilza Borges e André Hepp, de Paverama, e o produtor Eduardo Rutz, de Westfália, mostram as propriedades e as técnicas usadas na criação de terneiros.
Conforme Berwanger, se percebeu que o relato de agricultores, no momento em que contam experiências próprias e detalham resultados, enriquecem a programação e criam sintonia com os demais participantes.
A organização do evento levou câmeras, microfones e fez as tomadas nos dois cases que farão parte do primeiro dia de fórum. Além da apresentação dos vídeos, os agricultores também estarão ao vivo na data para responder perguntas da audiência.
Conforto animal, alimentação e genética
A criação de terneiras configura um momento primordial para definir a capacidade produtiva no período de lactação. “É o futuro da propriedade. Ainda assim, temos um lapso em diversas propriedades”, destaca o produtor de leite André Hepp.
É sobre esse assunto que ele abre a propriedade rural de Paverama. “É um trabalho que começa no antes do parto. Temos de controlar a dieta, dar conforto, preparar a vaca e assim ter uma terneira com melhor potencial genético.”
Em paralelo, estabelecer processos para continuidade do plantel, com meios de evitar infecções e garantir a vacinação na época correta, diz. “Hoje temos de ser cada vez mais eficientes. Otimizar os custos e ter um controle cada vez maior sobre a sustentabilidade. Não somos só tiradores de leite, e é importante até o consumidor saber, temos uma empresa rural, com métricas, processos e tecnologia”, realça.
Ser escolhido para transmitir aos internautas as técnicas, estratégias e cuidados representa uma oportunidade, avalia Hepp. “Eu costumo buscar informações e novos processos. Quando percebemos esse resultado e somos procurados para mostrar, temos a chance de repassar esses conhecimentos e auxiliar outros produtores”.
Impacto do verão
No encontro presencial de 5 de outubro, a temática aborda o conforto animal. “Nossos produtores do Vale têm planteis com uma genética extraordinária. Nossa produção é diferenciada, os alimentos são de qualidade. Por isso imaginamos animais com alta capacidade produtiva”, contextualiza o extensionista da Emater, Maicon Berwanger.
Enquanto o inverno costuma alcançar os melhores índices produtivos, no verão, há uma queda considerável na retirada de leite por vaca. “Saímos de uma média de 40 litros por dia, para algo de 27 a 30 litros durante os períodos de calor. No entanto, o custo da produção, da alimentação do animal segue o mesmo. Ou seja, no verão temos um leite bem mais caro.”
De acordo com Berwanger, há técnicas fáceis de serem replicadas para dar mais produtividade neste período. “Passa pelo conforto da vaca. Para tanto, desenvolver projetos voltados ao período de verão.”
Para tratar desse assunto, o Auditório Central do Colégio Teutônia recebe a palestra “Como resfriar as vacas e não perder dinheiro neste verão”, com o médico veterinário Adriano Seddon, consultor técnico Top Leite/Cowcooling.
À tarde, troca de experiências, com rodada de conversa entre produtores. O destaque fica por conta da participação dos produtores Fabrício Balerini, de Vespasiano Corrêa e de Edemar Follmann, de Boa Vista do Buricá.