ESPMEXENGBRAIND
4 jul 2025
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🔬 Pesquisa em Sergipe desenvolve tecnologia inovadora que reduze a lactose no leite e transforma o soro em proteína, gerando valor e sustentabilidade para o setor lácteo.
Leite. Nata. O produto lácteo contém nutrientes que são benéficos para o corpo humano. Tecno

O setor lácteo brasileiro acaba de ganhar mais uma alternativa tecnológica para agregar valor e ampliar a oferta de produtos para consumidores intolerantes à lactose.

Pesquisadores de instituições sergipanas desenvolveram dois métodos inovadores de extração que permitem reduzir o teor de lactose do leite e, ao mesmo tempo, aproveitar o soro na produção de proteínas de alto valor, como o whey protein.

As tecnologias, chamadas SAB (Sistemas Aquosos Bifásicos) e PIM (Polímeros Impressos Molecularmente), foram desenvolvidas entre 2019 e 2020 por alunos e professores da Universidade Tiradentes (Unit), do Instituto Federal de Sergipe (IFS), da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP).

O processo já está patenteado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Além do desenvolvimento científico, a iniciativa resultou em uma cartilha de divulgação, produzida pela Editora Universitária Tiradentes (Edunit), que apresenta os benefícios da tecnologia e reforça a importância da valorização de subprodutos do leite como estratégia de inovação e sustentabilidade na cadeia de alimentos.

Do leite ao queijo sem lactose e ao whey protein

De acordo com a engenheira química Lorena Armando da Silveira, doutoranda em Engenharia de Processos pela Unit e integrante do projeto, os métodos SAB e PIM representam um avanço em relação às técnicas tradicionais de filtração, centrifugação ou coagulação.

O SAB utiliza líquidos com polímeros e sais específicos, formando duas fases que separam de maneira seletiva proteínas e lactose. Já o PIM emprega materiais capazes de “capturar” apenas as moléculas de lactose, resultando em leite com baixo teor do componente.

Com esse leite foi possível produzir, por exemplo, queijo coalho adaptado às necessidades de consumidores intolerantes à lactose, além de bebidas lácteas e outros derivados com teor reduzido de lactose.

O diferencial do projeto também está no reaproveitamento da lactose extraída, que pode ser transformada em aditivos para as indústrias farmacêutica, alimentícia e cosmética. “Hoje, o Brasil importa grande parte da lactose utilizada nesses setores. Essa tecnologia representa um passo estratégico rumo à autossuficiência e à valorização de soluções nacionais”, destaca Lorena.

Formação de talentos e impacto para o agro nacional

Lorena ressalta o impacto social, ambiental e econômico da pesquisa, não apenas para os consumidores que buscam alimentos sem lactose, mas para toda a cadeia láctea, que ganha ferramentas para reduzir desperdícios, agregar valor ao soro e gerar novos produtos.

A doutoranda, que iniciou no projeto durante a graduação como bolsista de iniciação científica, destaca o papel da Unit e dos parceiros na formação de talentos e na criação de soluções aplicáveis à indústria. “Foi uma experiência transformadora.

Além do conhecimento técnico, a vivência prática e o contato com centros de pesquisa como o ITP ampliaram meu horizonte profissional”, afirma.

O projeto reforça o potencial da pesquisa acadêmica como vetor de inovação no agronegócio e posiciona Sergipe como um polo de desenvolvimento de tecnologias alinhadas às demandas do setor lácteo e à necessidade crescente de alimentos inclusivos e sustentáveis.


*Adaptado para
eDairyNews, com informações de Sergipe Notícias

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