ESPMEXENGBRAIND
18 mar 2025
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Depois de faturar R$ 1,5 bilhão em 2024, a Tirolez espera atingir quase R$ 2 bilhões neste ano.
Tirolez
O primeiro ano de Marcel de Barros à frente da Tirolez foi de mudanças operacionais, para que a empresa voltasse a ampliar seus volumes de produção — Foto: Divulgação

O primeiro ano de Marcel de Barros à frente da Tirolez foi de mudanças operacionais, para que a empresa voltasse a ampliar seus volumes de produção — Foto: Divulgação

Fundada há 45 anos no interior de Minas Gerais, a Tirolez entra em uma nova etapa em seu processo de profissionalização.

Pouco mais de um ano após a contratação do executivo Marcel de Barros como diretor-presidente, a fabricante de queijos e outros lácteos, hoje uma companhia limitada, prepara-se para se tornar uma Sociedade Anônima (S.A) ainda em 2025, o que tende a ampliar suas opções de crescimento.

Em entrevista ao Valor, Barros afirma que, após os “reforços de governança” recentemente implementados, “o próximo passo é transformar a Tirolez numa S.A e com isso abrir possibilidades de uma estrutura de capital mais adequada para poder, eventualmente, alavancar o crescimento da companhia, quer seja via um IPO [oferta inicial de ações], quer seja via alguma parceria estratégica”.

Cauteloso, ele faz questão de dizer que esses movimentos estratégicos dependem das decisões do conselho consultivo, onde estão hoje os fundadores da companhia, os irmãos Cícero e Carlos Hegg.

Ele afirma ter encontrado “uma boa base de governança” na companhia, que já tinha seus números auditados, mas, no último ano, houve uma evolução no estabelecimento dos processos internos, com políticas definidas e comunicadas, “para que todos saibam o que fazer”.

Numa adequação ao novo momento da empresa, houve ainda uma “reformatação na equipe de liderança”, segundo o executivo, que atuou por 24 anos na Nestlé.

O primeiro ano de Barros à frente da Tirolez também foi de mudanças operacionais, para que a empresa voltasse a ampliar seus volumes de produção.

A nova fábrica, em Caxambu do Sul (SC), que entrou em atividade nos primeiros meses da nova gestão, foi fundamental para atingir esse objetivo. “A empresa vinha crescendo não tanto por volume, mas mais por receita. Acho que era importante, com essa nova fábrica, voltar a crescer”, observa.

Segundo ele, as metas foram alcançadas: tanto o volume quanto a receita da Tirolez cresceram “duplo dígito” em 2024. Com a nova fábrica e o incremento da produção das principais linhas também nas demais unidades, a empresa atingiu um volume inédito de 50 mil toneladas e o faturamento alcançou cerca de R$ 1,5 bilhão.

“Uma das alavancas de crescimento veio da fábrica. Agora, estamos indo para a segunda etapa. Acabamos de fazer o ‘start’ de uma linha de processamento de muçarela fatiada e a expansão da nossa capacidade instalada de requeijão”, diz.

“O plano-mestre da fábrica está sendo executado, tanto do ponto de vista de sustentar o crescimento da companhia, como também da agregação de valor do nosso portfólio”.

Alterações na estratégia comercial também ajudaram no resultado da Tirolez em 2024. A companhia sempre foi muito focada na venda direta, mas no último ano a modalidade indireta, por meio de rede de distribuidores, ganhou terreno.

O movimento, que Barros chama de “transformação da rota de mercado”, permitiu à Tirolez ter maior capilaridade e avançar em regiões como Norte e Nordeste.

Paralelamente a essas mudanças, a empresa iniciou um programa para melhorar a eficiência das fábricas. Além de Caxambu do Sul, o laticínio tem unidades em Tiros e Arapuá, em Minas Gerais e em Monte Aprazível e Lins, em São Paulo.

Num ano de transformações, o mercado consumidor também favoreceu a Tirolez. De acordo com Barros, a empresa ganhou market-share em 2024, pois cresceu acima do mercado de queijos, que avançou 3% a 4%, segundo estimativa da Mintel por ele citada.

Embora alguns indicadores da economia mostrem uma reversão de tendência no mercado, o executivo diz não ver retração de consumo e ressalta que ainda há um grande potencial de crescimento para a categoria queijos no país. O que pode ocorrer, diz, é redução no ritmo de avanço da demanda.

Assim, para 2025, a expectativa de Barros é de um crescimento de “um dígito alto” em volume e de “duplo dígito” em receita, que deve ficar “perto dos R$ 2 bilhões”.

Os investimentos em ampliação de linhas de produção continuarão este ano. Caxambu do Sul, que recebeu R$ 150 milhões desde 2022, seguirá sendo o principal destino, mas as demais fábricas também receberão aportes em modernização e manutenção. O montante previsto é de R$ 60 milhões.

Para manter o ritmo de crescimento este ano, a Tirolez também aposta em novos produtos e na atualização da marca. Isso inclui um redesign das embalagens, para diferenciar os queijos, entre os mais finos e aqueles do dia a dia. A empresa também deu nome e função ao personagem que estampa suas embalagens.

O “Sr Minas” terá o papel de “queijista” da Tirolez, uma espécie de sommelier de queijos que vai explicar ao consumidor, nas redes sociais e site, desde o processo produtivo até dicas sobre a harmonização no momento do consumo, conta Barros.

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