ESPMEXENGBRAIND
24 out 2025
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💧 Elas ocupam apenas 5% do território, mas produzem 60% do leite nacional. Minas, Paraná e Santa Catarina lideram o mapa da eficiência leiteira.
🚜 O leite brasileiro tem endereço: 15 bacias, 1.135 municípios e produtividade recorde em 2024.
🚜 O leite brasileiro tem endereço: 15 bacias, 1.135 municípios e produtividade recorde em 2024.

O Brasil é um país de dimensões continentais, mas o coração da produção leiteira bate forte em apenas 15 Bacias Leiteiras, que ocupam 5,1% da área nacional e respondem por 60,1% de todo o leite produzido no país.

Segundo o Boletim Especial “Bacias Leiteiras Brasileiras 2024”, elaborado pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, esses polos são o verdadeiro retrato da produtividade e da tradição do setor.

📊 A radiografia do leite brasileiro

Com base em dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM/IBGE) de 2024, a Embrapa identificou 1.266 municípios com alta densidade de produção — ou seja, com mais de 50 litros de leite por quilômetro quadrado por dia.
Entre eles, 1.135 municípios formam áreas contíguas classificadas como Bacias Leiteiras, responsáveis por 58,7 milhões de litros diários. Outros 131 municípios aparecem como áreas isoladas.

Em termos de produtividade, o salto é expressivo: as bacias alcançaram média de 3.682 litros por vaca/ano, bem acima dos 2.362 litros/vaca da média nacional. Um contraste que revela a força da tecnologia e da gestão nas regiões mais desenvolvidas.

🗺️ O mapa das Bacias Leiteiras

As 15 bacias se espalham pelo país, com destaque absoluto para o Sudeste e o Sul, que concentram os maiores volumes:

Região Produção (milhões L/dia) Principais Municípios
Sul 22,4 Castro (PR), Francisco Beltrão (PR), Braço do Norte (SC)
Sudeste 19,0 Patos de Minas (MG), Mutum (MG), São João Evangelista (MG)
Nordeste 3,0 Itaíba (PE), Morada Nova (CE), Quixeramobim (CE)
Goiás 2,7 Orizona (GO)
Outras bacias regionais 11,6 distribuídas entre PR, SC, CE, PE, RN, MG

A Bacia Leste Paranaense, liderada por Castro (PR), é a campeã nacional, com 1,32 milhão de litros/dia. Em Minas Gerais, Patos de Minas mantém o trono da produtividade no Sudeste, com 619 mil litros diários.

⏳ Dez anos de transformações

Entre 2014 e 2024, a produção nas principais bacias cresceu de forma desigual. O Sul e o Sudeste mantiveram trajetória ascendente, com acréscimos de até 4 milhões de litros por dia, enquanto parte do Nordeste ainda enfrenta retração.
Mesmo assim, a região nordestina vem surpreendendo com ganhos de eficiência. O Sertão Pernambucano, por exemplo, superou a marca de 160 mil litros/dia, puxado pelo município de Bodocó (PE) — uma prova de que o semiárido também tem vocação leiteira.

🚜 Produtividade: o novo motor da competitividade

A Bacia Leste Paranaense é novamente destaque quando o assunto é rendimento por vaca. Em 2024, atingiu 7.581 litros/ano por animal, liderando o ranking nacional. Logo atrás aparecem o Triângulo Mineiro (6.002 L/vaca/ano) e o Sudeste Paranaense (4.427 L/vaca/ano).
Esses números são resultado direto do investimento em genética, nutrição e manejo — fatores que colocam o leite brasileiro em outro patamar de competitividade global.

🌎 Local x Global: o desafio de crescer sem perder a identidade

As bacias leiteiras são, ao mesmo tempo, berço da tradição e laboratório da modernidade. É nelas que convivem fazendas centenárias e projetos tecnológicos de ponta, capazes de equilibrar o peso da herança familiar com as exigências do mercado internacional.
O grande desafio, segundo analistas da Embrapa, é manter a sustentabilidade produtiva e a rentabilidade dos produtores diante da pressão por custos e volatilidade de preços.

🧭 O que o mapa ensina ao setor

A leitura desse novo mapa das bacias leiteiras deixa um recado claro para o setor: a produtividade é o divisor de águas entre estagnação e crescimento.
A concentração geográfica da produção mostra que investir em tecnologia, logística e assistência técnica é o caminho para ampliar a competitividade — especialmente nas regiões com potencial ainda subaproveitado, como o Norte e o Nordeste.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de CILEITE – Centro de Inteligencia do Leite

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