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31 mar 2025
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A mais recente inovação em laticínios: leite integral de vaca cultivado em laboratório. Mas será que ele chegará às cozinhas dos consumidores?
laboratório
O setor de laticínios tradicional certamente não ficará parado.

A revolução dos alimentos cultivados em laboratório já trouxe ao mercado alternativas à carne de frango, peixe e bovina, criando substitutos que, uma vez cozidos e servidos, são praticamente idênticos aos produtos tradicionais.

Nos Estados Unidos, no entanto, essa tecnologia enfrenta forte resistência. Muitos consumidores rejeitam a ideia de colocar no carrinho de compras carnes feitas a partir de culturas celulares, e diversos estados já buscam restringir ou proibir esses produtos. A Flórida e o Alabama já impuseram restrições, e Nebraska pode ser o próximo.

Agora, a polêmica se expande para os laticínios. No final de março, a startup Brown Foods anunciou a criação do que chama de “o primeiro leite de vaca cultivado em laboratório do mundo”: o UnReal Milk.

A empresa tem grandes ambições. O objetivo é que o UnReal Milk não apenas concorra com o leite de vaca tradicional, mas também se posicione como alternativa superior aos leites vegetais, como soja, aveia, arroz e amêndoa.

O grande diferencial do UnReal Milk está em sua composição. O Whitehead Institute for Biomedical Research, afiliado ao MIT, afirma que ele contém 99% dos componentes essenciais do leite de vaca, incluindo proteínas, gorduras e carboidratos.

Como é produzido o UnReal Milk?

Diferente de outras empresas que desenvolvem leite sintético por fermentação de precisão, como a Perfect Day, a Brown Foods usa cultura de células mamárias para replicar todos os componentes do leite tradicional. Se os testes do MIT forem precisos, o UnReal Milk será idêntico ao leite de vaca em nível molecular.

E há um detalhe que preocupa a indústria láctea: a produção pode ser escalável. Diferente da carne cultivada, que ainda tem um custo alto, o processo de cultura celular para leite poderia ser ampliado para abastecer o mercado em larga escala.

No entanto, antes de chegar às prateleiras, o UnReal Milk precisa passar por regulamentações rigorosas da Food and Drug Administration (FDA) e do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Com o atual cenário político americano, ainda não está claro se a aprovação acontecerá rapidamente ou se enfrentará obstáculos regulatórios e jurídicos.

O impacto para a indústria láctea

O setor de laticínios tradicional certamente não ficará parado. É provável que vejamos uma forte ofensiva contra o UnReal Milk, desde pressões sobre legisladores estaduais e federais até possíveis ações judiciais.

Outro fator de incerteza é a aceitação do consumidor. Nos últimos anos, o consumo de leite nos EUA caiu drasticamente. Será que o público realmente deseja um leite cultivado em laboratório?

Os defensores do UnReal Milk acreditam que sim. A Brown Foods argumenta que seu produto reduz em 90% o uso de água, 95% o uso de terras e em 82% a pegada de carbono em comparação ao leite convencional.

Se o FDA aprovar o UnReal Milk, ele pode encontrar um nicho entre consumidores preocupados com sustentabilidade ou com a pecuária industrial.

Ainda assim, o caminho até a adoção em massa será longo e cheio de desafios.

 

Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷

 

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