A maior preocupação com a saúde e a busca por alimentos saudáveis estão estimulando os negócios da Vida Veg, indústria instalada em Lavras, no Sul de Minas Gerais. A empresa, especializada em itens veganos, inaugurou, em janeiro, uma nova planta industrial no município com o objetivo de atender a demanda crescente do mercado.

Sem revelar o valor do investimento, a capacidade mensal instalada é de 220 mil litros de leite vegetal fresco, 90 mil litros de iogurte e 15 mil quilos de queijos e requeijões, o que, em cinco anos, poderá gerar um faturamento anual de R$ 60 milhões.

O diretor-executivo e um dos fundadores da Vida Veg, Anderson Ricardo Rodrigues, explica que as atividades da empresa foram iniciadas há cinco anos e a antiga fábrica, que foi desativada com a inauguração da nova unidade, estava operando com capacidade máxima, enquanto a demanda pelos produtos seguia em crescimento. Para continuar a atender o mercado em expansão, foi necessário investir em uma nova planta fabril.

“Estamos no mercado desde 2015 e a gente tem sentido um forte crescimento da demanda por produtos alimentícios à base de vegetais. A demanda vem crescendo cerca de 40% ao ano no País. Hoje, temos 14% da população brasileira vegetariana e cerca de 60% com intolerância à lactose do leite, além de 80% das pessoas estarem buscando por alimentos mais saudáveis no Brasil. Então, a gente vem crescendo muito forte e trabalhamos com uma linha completa de ‘laticínios veganos’ com leite de vegetais e derivados”, explicou.

Rodrigues diz que a procura maior ocorre por três motivos principais. O primeiro é a saúde. Ele explica que as pessoas estão reconhecendo que reduzir ou suspender o consumo de produtos de origem animal e priorizar mais alimentos à base de vegetais faz bem para a saúde e previne de uma série de doenças, como o câncer, diabetes e a elevação do colesterol.

O segundo é o acesso à informação e a maior conscientização de que alimentos à base de vegetais têm o processo produtivo mais sustentável. “Para produzir alimentos à base de vegetais, usa-se menos água, emite-se menos gases poluentes e utiliza-se menor área quando comparado com a produção animal”, destacou.

O terceiro motivo é a questão ética em relação aos animais. “A população está começando a perceber que alimentos veganos não exploram, não causam dor e nem a morte de nenhum animal”, disse Rodrigues.

A fábrica – A capacidade produtiva mensal instalada na nova fábrica da Vida Veg é de 220 mil litros de leite fresco feito com coco, amêndoas e castanha de caju, 90 mil litros de iogurtes e 15 mil quilos de queijos e requeijões. Somente em abril, a produção na nova unidade será de 20 mil litros de leite vegetal, 5 mil quilos de queijos e 5 mil de requeijão e 30 mil litros de iogurte, volume total 70% maior que o fabricado em dezembro, último mês da unidade antiga.

“Com essa capacidade, consigo atingir um faturamento anual de R$ 60 milhões em cinco anos. Em três, pretendemos chegar a R$ 50 milhões. Tivemos um crescimento de 60% em 2019, frente a 2018, e pretendemos, em 2020, aumentar em 100% o faturamento em relação ao ano anterior. Este ano, com a pandemia do novo coronavírus, haverá uma interferência negativa devido à queda de renda da população, mas, em contrapartida, as pessoas estão valorizando a alimentação mais saudável para aumentar a imunidade, e nossos produtos atendem essa demanda”, afirmou Rodrigues.

Os produtos da Vida Veg estão disponíveis em mil pontos de vendas distribuídos em todos os estados, com foco em redes de supermercados. Ao todo, são 25 produtos, divididos nas linhas de leite fresco, queijos, requeijões e iogurte.

Os principais ingredientes utilizados na produção são o creme de coco e pasta de amêndoas, que são importados. A castanha de caju é comprada da região Nordeste do País. Os demais ingredientes, como amido de milho e de batata, por exemplo, são comprados, preferencialmente, de produtores mineiros. Matéria-prima principal do requeijão, a mandioca é adquirida de agricultores de Lavras.