Especialista explica as diferenças entre os tipos de leite e como usá-los na cozinha.
leite
O leite de vaca é mais utilizado em receitas em função de ter preço mais baixo, mas ele pode ser substituído pelo leite de cabra, que possui uma estrutura bem parecida.
Você já parou para pensar quantos tipos de leite existem ou quais são as diferenças entre eles? Se não, tudo bem. Conversamos com o professor de gastronomia da Anhembi Morumbi, Pedro Drudi, para tirarmos todas as dúvidas.

Quais são os tipos de leite?

Segundo o especialista, o Brasil não possui a mesma variedade de leite e produtos laticínios da Europa ou Estados Unidos, que possuem também o leite cru (não pasteurizado). Por aqui, os os mais comuns são o integral, o semidesnatado e o desnatado.

Além desses, uma novidade do mercado é o do tipo A2A2, que são obtidos de vacas que possuem genética diferente das raças comuns. “Esse tipo de leite tem uma proteína distinta, que é mais digerível pelo nosso organismo e, em alguns casos, pode ajudar na alimentação de pessoas com alergia à proteína do leite”, explica o profissional.

Pode usar leite em pó em qualquer receita?

O leite em pó nada mais é que o leite líquido que ficou desidratado por um processo de pulverização. Porém, Pedro Drudi constata que ele não pode substituir qualquer leite nos preparos, já que, neste processo, perde água e gordura. Portanto, ele pode entrar no lugar somente se a receita pedir leite desnatado, no caso do leite integral, não.

Quais as diferenças entre o leite de vaca, de búfala e de cabra?

Os leites de outras espécies têm composição diferente do leite de vaca, principalmente nos teores de lactose e outros carboidratos, proteínas e gordura, mas eles também se modificam quando o assunto é receita: “Os leites de búfala, cabra e ovelha são muito utilizados na produção de queijos, mas aqui no Brasil são pouco utilizados frescos ou mesmo pasteurizados.

Por outro lado, o leite de búfala está bem presente no dia a dia da Ilha de Marajó, assim como o leite de cabra está no Nordeste”.

Além disso, os sabores e os aromas mudam conforme o tipo. “A alimentação do animal vai influenciar muito no sabor do leite e também em sua textura e composição. Vacas que se alimentam com feno ou ração possuem leite mais ácido do que as vacas que pastam. Leite de ovelha é mais brilhante que o de vaca e com aroma mais forte, mas com sabor levemente amendoado; já o leite de búfala é bem próximo ao sabor do de vaca, mas mais rico e até adocicado, e o de cabra possui aroma forte e sabor bem diferenciados dos de vaca, mas pode ser bem utilizado para substituí-lo em receitas”, exemplifica.

Quais são os leites mais utilizados em receitas?

Drudi conta que, normalmente, o leite de vaca é mais utilizado em receitas em função de ter preço mais baixo, mas ele pode ser substituído pelo leite de cabra, que possui uma estrutura bem parecida. “O leite fresco é fundamental para a produção de queijos e outras receitas, mas, em uso geral, a preferência é pelo uso de leite integral pasteurizado não homogeneizado. Os leites desnatados, por sua vez, são utilizados em receitas lights, mas deve-se levar em consideração que a baixa taxa de gordura deles não dá o mesmo resultado, principalmente na textura final, que a depender da receita, pode ser menos cremosa”, esclarece.

Quais as diferenças entre os leites A, B e C?

De acordo com o docente, as nomenclaturas dos leites do tipo A, B e C já estão um pouco ultrapassadas, porque, antes da pasteurização, os leites de saquinho eram retirados de forma mais rudimentar, e o Ministério da Agricultura e a Anvisa utilizavam a classificação para direcionar o consumidor. Sendo A, vindo de uma produção mais limpa e de vacas melhores, e B e C os dois piores, que possuíam sólidos e coliformes fecais.

“Atualmente, as normas não mudaram muito, tanto que essa classificação do número máximo de bactérias, coliformes fecais, microrganismos e sólidos presentes nos leites A, B e C ainda foi mantida, mas modificada para poder compreender esse número após a pasteurização. O B e o C já têm um pouco mais de teor de sólidos e de microrganismos presentes, mesmo após este processo”, ressalta

O que se faz com a nata do leite?

Muitas pessoas acabam jogando a nata do leite fora, mas é possível reutilizá-la fazendo receitas, como afirma Pedro Drudi: “A nata é a gordura do leite e é a partir da nata do leite fresco que obtemos o creme de leite, por exemplo. Ela possui gordura e proteínas, além de carboidratos. Portanto, podemos usá-la em diversas receitas como substituição ao creme de leite ou mesmo para espessar molhos. Na confeitaria se usa muito para produção de biscoitos e bolos”.

 

 

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