Piracanjuba investe R$ 650 milhões para expandir sua capacidade industrial e diversificar a produção, com foco no whey protein e na geração de energia limpa.
O valor engloba dois aportes recentes, segundo informações divulgadas pelo Agrofy News com base em comunicados oficiais do BNDES.
O primeiro investimento, no valor de R$ 150 milhões, será destinado à instalação de quatro estações de tratamento de efluentes industriais com produção de biogás, nas unidades de Araraquara (SP), Três Rios (RJ), Carazinho (RS) e São Jorge D’Oeste (PR).
O projeto inclui ainda a substituição de caldeiras movidas a combustíveis fósseis, uma medida que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a modernização dos processos produtivos.
Essa iniciativa está alinhada à estratégia nacional de transição energética, que vem ganhando espaço no agronegócio brasileiro.
Conforme dados da Abiogás, cerca de 90% do potencial de produção de biogás no país está ligado ao setor agrícola, especialmente à agroindústria.
Ao aproveitar resíduos e subprodutos, as empresas não apenas reduzem impactos ambientais, como também geram energia renovável para uso próprio ou comercialização.
Além do aporte do BNDES, a empresa já havia anunciado, no mês anterior, um financiamento de quase R$ 500 milhões para construir duas novas fábricas no Paraná.
Essas unidades terão foco na produção de concentrados e isolados proteicos (whey protein), lactose em pó, queijo muçarela e manteiga.
A escolha pelo estado paranaense reforça a importância da região Sul como polo industrial e logístico para o setor lácteo brasileiro.
O whey protein, um dos carros-chefe das novas plantas, é um produto de alto valor agregado, com demanda crescente no Brasil e no exterior, impulsionada pelo mercado de nutrição esportiva e pela busca por dietas ricas em proteína.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Brasil tem potencial para ampliar exportações desse segmento, aproveitando a competitividade da produção leiteira nacional.
A entrada de Piracanjuba nesse mercado reforça a tendência de diversificação da indústria láctea, que busca reduzir a dependência de commodities tradicionais, como o leite UHT, e agregar valor aos subprodutos da cadeia.
A produção de lactose em pó e queijos também atende a nichos de mercado interno e externo, fortalecendo a presença brasileira na indústria global de lácteos.
No campo da sustentabilidade, a aposta no biogás tem potencial para reduzir custos operacionais e tornar as fábricas mais autossuficientes em energia.
Além disso, a substituição de caldeiras fósseis contribui para o cumprimento das metas de redução de emissões assumidas pelo Brasil em acordos internacionais.
O investimento do BNDES em projetos como este reforça a política de incentivo a tecnologias limpas e de apoio a setores estratégicos do agronegócio.
Ao direcionar recursos para a geração de energia renovável e a ampliação da produção de alimentos processados, o banco de fomento atua na interseção entre competitividade industrial e responsabilidade ambiental.
Com esse conjunto de ações, Piracanjuba não apenas amplia sua capacidade produtiva, mas também consolida uma imagem corporativa alinhada às novas exigências de consumidores e mercados internacionais, que valorizam práticas sustentáveis e produtos de alto valor agregado.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Agrofy News e dados complementares do BNDES, Abiogás e Ministério da Agricultura e Pecuária.