O whey protein já deixou de ser um suplemento exclusivo de atletas e passou a frequentar o carrinho de compras de quem busca saúde, praticidade e uma forma simples de aumentar a ingestão de proteínas.
A enorme popularidade, porém, trouxe também um novo problema: a prateleira está cheia de opções, rótulos chamativos e fórmulas que prometem resultados milagrosos. Em meio a esse cenário, muita gente fica sem saber por onde começar. A pergunta é direta: como escolher um bom whey protein sem cair em armadilhas?
Para essa resposta, a nutricionista Lucila Santinon, da Vitafor, compartilhou critérios que ela considera indispensáveis antes de bater o martelo.
Segundo a especialista, não é preciso ser um expert em bioquímica para diferenciar um produto de alta qualidade de um que só parece bonito por fora. “Existem pontos-chave que ajudam a identificar a melhor opção: composição limpa, proteína de alto valor biológico, ausência de açúcares adicionados e baixo teor de sódio”, afirmou.
O primeiro passo é entender o básico sobre os tipos de proteína derivados do soro do leite — matéria-prima que dá origem ao whey protein. Cada uma dessas versões passa por um nível diferente de filtragem, o que altera o teor de proteína, carboidratos e gordura.
O whey concentrado costuma ser a porta de entrada de quem está começando a suplementar. Ele apresenta, em média, 80% de proteína em sua composição e geralmente traz uma coloração ligeiramente mais amarelada. De acordo com Santinon, esse tipo tem bom rendimento, textura mais encorpada e costuma entregar ótimo custo-benefício. Para quem busca praticidade no dia a dia, pode ser suficiente — desde que o rótulo não esconda aditivos desnecessários.
Já o whey isolado passa por processos mais intensos de filtragem, como microfiltragem e ultrafiltragem, atingindo cerca de 92% de proteína e reduzindo ao mínimo elementos como lactose, gordura e carboidratos. “É uma proteína muito mais pura, de excelente solubilidade e coloração mais clara.
Para quem tem intolerância à lactose ou segue uma rotina de treinos mais rigorosa, pode ser a melhor escolha”, explicou a nutricionista.
Existe ainda o whey hidrolisado, considerado por muitos como a versão premium do suplemento. Ele é resultado de uma hidrólise enzimática — um tipo de “pré-digestão” da proteína — que facilita a absorção e reduz o risco de desconfortos gastrointestinais.
Com textura mais fluida e digestão mais rápida, é frequentemente indicado para pessoas com sensibilidade digestiva ou que treinam em alta intensidade.
Mas, com tantas opções, como o consumidor comum consegue identificar se o produto vale o investimento? Santinon sugere um cálculo simples, que ela diz funcionar como um “teste de realidade” para qualquer whey protein.
“Basta dividir o total de proteína pela porção indicada na embalagem. Esse número entrega se o produto cumpre o que promete ou se está inflado por carboidratos ou aditivos”, afirmou. Em outras palavras: se a dose prometida parece boa demais, é melhor conferir duas vezes.
Outro cuidado essencial é com o rótulo. Produtos de boa qualidade tendem a ter composição curta e clara. Nem sempre mais ingredientes significa mais benefícios — e, no universo dos suplementos, muitas vezes é justamente o contrário. Açúcares adicionados, aromatizantes em excesso, óleos vegetais e quantidades elevadas de sódio podem ser sinais de alerta.
Nos últimos anos, observa-se um crescimento expressivo na prescrição de whey protein por nutricionistas, especialmente para corrigir déficits de proteína na alimentação.
A rotina corrida, o aumento da busca por estética e a popularização de treinos de força contribuíram para que o suplemento entrasse de vez no cotidiano da população. “Eles vêm ganhando muito espaço para suprir carências nutricionais, desde idosos até pessoas mais jovens com alta demanda proteica”, destacou Santinon.
Em um mercado tão competitivo, onde cada embalagem disputa atenção com cores, slogans e promessas, a melhor estratégia continua sendo a informação. Saber diferenciar o que importa — teor de proteína, origem, pureza — do que serve apenas como maquiagem publicitária é o que protege o consumidor de escolhas ruins.
No fim, a lógica vale para qualquer produto de saúde: menos glamour, mais critério.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Sport Life






