O whey protein segue ganhando espaço entre consumidores que buscam hipertrofia, recuperação muscular rápida e praticidade nutricional.
Mas, para quem enfrenta intolerância à lactose, a dúvida permanece: é possível aproveitar os benefícios do whey sem passar por desconfortos digestivos? Especialistas afirmam que sim — desde que a escolha seja criteriosa e baseada no tipo correto de produto.
De origem láctea, o whey protein é extraído do soro do leite e se tornou um dos suplementos mais utilizados por atletas, praticantes de musculação e pessoas que precisam aumentar a ingestão diária de proteínas. Sua fama se deve à rápida absorção, ao alto valor biológico e ao papel bem documentado na construção e manutenção da massa muscular. Ele também aparece cada vez mais em dietas voltadas ao emagrecimento, já que auxilia na saciedade e contribui para o controle calórico.
A nutricionista Eliane Michele da Silva, do Hospital Jayme da Fonte, ressalta que a proteína exerce funções essenciais no corpo humano, indo muito além do ganho muscular. “A proteína forma tecidos, mantém as defesas do organismo e participa da produção de enzimas e hormônios. Uma ingestão adequada é determinante para a saúde geral”, explica.
Whey protein para intolerantes: o que pode e o que deve ser evitado
Segundo a especialista, pessoas com intolerância à lactose podem, sim, consumir whey protein — desde que façam a escolha certa. A chave está na concentração de lactose presente em cada tipo de whey, que varia de acordo com o processo de filtragem.
O whey isolado, por exemplo, passa por um procedimento de separação mais rigoroso, que remove quase toda a lactose, além de gorduras e carboidratos. O resultado é um produto composto por cerca de 90% ou mais de proteína pura, com altíssima digestibilidade e praticamente livre de lactose. “A maioria dos intolerantes tolera muito bem o whey isolado. É a opção mais segura e com melhor custo-benefício para quem precisa evitar lactose”, afirma Eliane.
Já o whey hidrolisado passa por uma etapa adicional: a hidrólise, que quebra as proteínas em fragmentos menores — os peptídeos. Esse processo facilita a digestão e reduz ainda mais o risco de desconforto, sendo uma alternativa indicada para intolerâncias mais severas ou para quem busca absorção extremamente rápida.
Por outro lado, o whey concentrado deve ser evitado por intolerantes, independentemente do grau de sensibilidade. Por conter maiores teores de lactose, ele tende a provocar sintomas como estufamento, náuseas, gases e dor abdominal.
Para quem não quer arriscar: outras fontes de proteína
Além das opções de whey com baixa ou quase zero lactose, pessoas intolerantes podem recorrer a fontes tradicionais de proteína da alimentação cotidiana. Segundo Eliane, carnes, ovos, leite, frango, peixe, lentilha, feijão preto, grão de bico, chia, aveia e sementes são alternativas eficientes para quem busca atingir as metas diárias de ingestão proteica sem complicações digestivas.
A nutricionista reforça que a escolha entre suplemento e alimento deve ser guiada pelas necessidades individuais, pela rotina e pelos objetivos. “Montamos cardápios completos com refeições práticas e ricas em proteína, como papa de aveia com ovos no café da manhã, banana com aveia nos lanches, feijão preto no almoço com frango grelhado ou carne bovina. O ajuste é sempre personalizado”, afirma.
Orientação profissional segue indispensável
Para Eliane, o acompanhamento de um nutricionista é indispensável antes de incluir qualquer suplemento na rotina. Avaliar a tolerância, a condição clínica e a demanda proteica evita excessos e desconfortos, garantindo que o suplemento realmente cumpra seu papel.
Em um mercado cada vez mais diversificado, entender as diferenças entre os tipos de whey protein se tornou essencial para que consumidores intolerantes à lactose possam continuar suplementando com segurança, eficiência e tranquilidade.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de JC
