Metodologia desenvolvida pelo Instituto da Secretaria de Agricultura de SP traz segurança para o consumidor na compra de leite e derivados do tipo A2A2, e de búfala. Entenda como funciona.
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O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveu um método que identifica fraudes na produção de leite e derivados do tipo A2A2, e de búfala. De acordo com um dos pesquisadores da pesquisa, Aníbal Eugênio Vercesi Filho, a metodologia de trabalho do IZ possibilita identificar a adição de leite A1A1 ou A1A2 em leite e derivados vendidos como A2A2 e adição de leite de vacas em leite de búfalas, principalmente voltado para fabricação de produtos lácteos, como queijos.

A metodologia beneficia empresas e consumidores que podem ter a confiança de estarem consumindo aquilo que compraram, sem nenhum tipo de fraude. Os trabalhos científicos do IZ com as novas metodologias foram publicados nos periódicos internacionais Food Chemistry e International Dairy Journal.

“No Laboratório de Biotecnologia do Centro de Pesquisa de Genética e Reprodução Animal, localizado em Nova Odessa, conseguimos identificar quantidades mínimas de mistura, abaixo de 1% do volume total do produto. Com isso, podemos dar tranquilidade às empresas e consumidores quanto ao que compraram. Isso é muito importante também do ponto de vista da saúde, já que algumas pessoas possuem intolerância à proteína do leite A1 e, por isso, consomem o leite A2A2. A mistura de produtos pode causar prejuízo à saúde dessas pessoas”, explica o pesquisador.

Como funciona?

O IZ utiliza dois métodos para detecção de fraudes, o HRM (High Resolution Melting) e o rhAmp, capazes de discriminar e detectar de maneira altamente confiável os genótipos A1A1, A2A2 e A1A2 do gene CSN2 em amostras de DNA de animais e de leite e seus derivados. Vercesi Filho explica que a detecção por rhAmp é dez vezes mais sensível que o método HRM, sendo indicada para a fiscalização de leite A2.

O próximo passo do trabalho é finalizar o desenvolvimento de metodologia similar para identificação de fraudes em leite de cabra. O IZ também está em fase de adequação do laboratório para receber certificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e acreditação na norma internacional ISO 17025, o que colocará o local como um laboratório oficial no Brasil para esse tipo de análise.

O Laboratório recebeu recursos de R$ 210 mil neste ano para compra de novos equipamentos e melhorias. Os investimentos são oriundos de projetos com a iniciativa privada, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP).

Genotipagem de animais

Outro trabalho importante realizado pelo Laboratório é a genotipagem de animais que possuem em sua genética apenas alelos A2A2 e que produzirão leite desse tipo. O IZ consegue fazer um mapa genético dos animais utilizando a metodologia HRM. “Isso é muito importante para o produtor que quer iniciar a produção desse tipo de leite, porque ele poderá traçar a melhor estratégia para separar os animais e produzir esse produto de maior valor agregado”, explica Vercesi Filho.

Nesta segunda parte da entrevista, Damián e Cristina da NZX falaram sobre o Global Dairy Seminar, um evento importante que ocorrerá em alguns dias em Cingapura, e sobre os novos mercados que impulsionarão a demanda por produtos lácteos nos próximos anos.

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