É fundamental adotar boas práticas de manejo de gado leiteiro, visando a aumentar a produtividade sem comprometer a saúde das vacas leiteiras e das bezerras.
leite gado

Se você atua na pecuária leiteira sabe que os desafios do manejo de gado não são poucos. Contudo, felizmente, eles são perfeitamente contornáveis ao evitar determinados erros.

Os principais problemas são a elevada diversidade de sistemas, o grande número de trabalhadores não profissionalizados, além do incorreto trato com as fêmeas — que precisam estar saudáveis visando a melhor qualidade do leite.

Por tudo isso, é fundamental adotar boas práticas de manejo visando a aumentar a produtividade sem comprometer a saúde das vacas leiteiras e das bezerras. Isso é alcançado a partir da mudança de mentalidade dos produtores, com o intuito de otimizar os investimentos em infraestrutura nas propriedades, bem como na saúde do seu bovino leiteiro.

Para que você passe a manejar o gado leiteiro de forma adequada, preparamos este artigo com os 7 erros a serem evitados no manejo da criação e na gestão em geral. Acompanhe!

1. Deixar de aplicar as vacinas obrigatórias

Economizar com vacinas é um grande erro na bovinocultura leiteira. Na verdade, esse tipo de economia é completamente infundada, já que, sem vacinação, as vacas adoecem, espalham a doença por todo o rebanho e, com isso, o gasto com tratamentos é muito maior do que o preço da vacina. Além disso, o ato de vacinar traz outras vantagens como:

  • aumento dos índices produtivos e reprodutivos dos rebanhos;
  • o controle e a erradicação de doenças;
  • melhora da saúde pública.

 

As bezerras precisam ser vacinadas entre dois e oito meses de vida por um médico veterinário, que sabe a maneira correta de aplicar a vacina e evitar o dano para os seres humanos. Após serem vacinadas, as bezerras são marcadas na pele com o registro da vacina, visando informar ao órgão competente.

2. Deixar a vaca permanentemente lactante

Outro ponto fundamental para um bom manejo de gado leiteiro é “secar” o leite da vaca dois meses antes do parto. Isso é necessário para a sua recuperação completa previamente ao novo ciclo de lactação. Não fazer esse procedimento, deixando o animal sempre lactante, prejudica tanto a produção leiteira quanto a gestação. Sem respeitar esse período, a fêmea não recupera seu escore corporal, nem se prepara fisiologicamente para produzir leite.

3. Aumentar os intervalos entre as paridades

O manual de gado de leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), indica que o intervalo entre partos seja de 12 meses. Ou seja, o ideal é a paridade de uma cria por ano por fêmea.

Com isso, observamos um aumento na quantidade de bezerros nascidos e na produção diária de leite. Entretanto, contrariando o recomendado, no Brasil, é comum que o intervalo seja longo, entre 15 a 18 meses. Já a lactação, deve se manter por dez meses para otimizar os lucros.

4. Desconsiderar os animais aptos à inseminação

É comum que muitos produtores — mesmo estando em posse dos dados reprodutivos do gado — ainda errem na escolha de quantos animais do rebanho devem ser avaliados para a inseminação. Para avaliar quais vacas estão aptas a serem inseminadas, precisamos avaliar a taxa de concepção, de inseminação e de prenhez, como segue:

  • taxa de inseminação (TI) — quantidade de inseminações dos últimos 21 dias divido pelo número de vacas aptas a serem inseminadas nesse mesmo período, lembrando que vacas prenhas recém-paridas não estão aptas. Além disso, a fêmea continua apta, após 21 dias, se não foi inseminada no período anterior;
  • taxa de concepção — representa o acerto do processo de inseminação das fêmeas. Ou seja, o resultado do número de animais que ficaram prenhes, em relação à quantidade de vacas que foram inseminadas;
  • taxa de prenhez — o número de vacas que ficaram prenhes no intervalo de 21 dias do total de vacas aptas a entrarem em gestação, ou seja é uma taxa mais específica que a de concepção.

 

Um exemplo seria analisar a taxa de concepção sem avaliar a de inseminação. Essa atitude leva a conclusões erradas com relação à produtividade. Isso porque a taxa de concepção pode ser boa, mas não necessariamente produtiva, se a taxa de inseminação estiver baixa.

Outro exemplo, é confundir a taxa de prenhez com a quantidade de fêmeas positivas ao toque do veterinário — em que se considera somente os animais que já foram inseminados. Já a taxa de prenhez considera os animais aptos à inseminação.

5. Mensurar os índices anteriores de forma isolada

Muitos produtores ainda erram na avaliação isolada dos indicadores. As taxas de prenhez, de concepção e de serviço (inseminação), por exemplo, devem ser analisadas em conjunto. Isso porque o produtor mantém a alta concepção mesmo com baixas taxas de prenhez e de serviço.

Para melhorar o controle produtivo da fazenda, a estratégia ideal é fazer o levantamento dos dados reprodutivos e produtivos, análises corretas dos indicadores e um planejamento eficiente e preciso.

6. Não considerar o bem-estar do gado leiteiro

Ter água fresca à disposição, ruminar, descansar e evitar o calor. Isso tudo parece óbvio, mas, infelizmente, não é assim com todos os produtores, principalmente porque muitos não conhecem as reais necessidades do gado leiteiro. A qualidade da água, por exemplo, é fundamental se considerarmos que 87% do volume de cada litro de leite é composto de água.

Para isso, é preciso que a vaca consuma quatro litros de água para a produção de um litro de leite. Além disso, ao deixar água sempre disponível nos piquetes do pastoreio, o resultado é mais tempo para a própria pastagem. Tudo isso contribui para o bem-estar do animal.

7. Desconsiderar a eficiência na produtividade

Outro ponto fundamental é entender que a vaca leiteira tem um altíssimo gasto calórico, gerando estresse térmico na fêmea, sobretudo no verão. Por isso, ao permitir sua locomoção, garantir um bom espaço, proporcionar tranquilidade e uma área de sombra, você fará com que a vaca tenha mais energia para a produção de leite. Enfim, ao entender que o gado leiteiro é parte do seu patrimônio, fica fácil determinar o quão importante é manter o rebanho com boa saúde.

Esperamos que os erros e soluções apresentados sejam úteis no manejo de gado leiteiro do seu rebanho. Além disso, é importante salientar que a falta de nutrientes também pode afetar o gado negativamente, causando prejuízos sérios aos animais e, assim, à produtividade. Dessa forma, é imprescindível adotar uma dieta balanceada de acordo com as necessidades nutricionais em cada estágio do desenvolvimento dos animais.

Fonte:  VACCINAR NUTRIÇÃO E SAÚDE ANIMAL

A Arla Foods Ingredients recebeu aprovação da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido para a aquisição do negócio de Whey Nutrition da Volac.

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