“Você realmente faz sua vodca a partir do leite de ovelha?”, reajo, demonstrando surpresa.

Enquanto um trator passa fazendo barulho no meio de nossa entrevista, tenho que verificar se realmente escutei bem.

 

“Você realmente faz sua vodca a partir do leite de ovelha?”, reajo, demonstrando surpresa.

 

Não havia espaço para dúvidas. O jovem agricultor premiado Bryn Perry, de Haverfordwest, no condado de Pembrokeshire, no País de Gales, confirmou usar um método inovador de reciclagem de soro de leite restante da fabricação de queijo para produzir a bebida destilada.

 

E antes que você, leitor, reaja com um “eca”, Bryn reforça que sua Ewe Whey Vodka é muito saborosa.

 

O princípio é semelhante ao da Milk Stout (cerveja escura e cremosa que contém lactose), explica. Os açúcares do soro são fermentados para fazer um tipo de cerveja, que é então destilada para produzir a vodca.

 

 

 

 

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Embora Bryn e sua mulher, Rebecca Morris, a descrevam como tendo um “toque cremoso que pode ser bebido pura”, ele diz que a bebida não é de forma alguma um “milkshake para adultos“.

 

“Você diz às pessoas que está fazendo vodca com soro de leite de ovelha, e elas imediatamente presumem que será uma bebida cremosa à base de leite”, diz ele.

 

“Na verdade, é bastante semelhante a uma vodca normal, mas mais suave — algo que você pode desfrutar com um pouco de stilton (queijo azul originário da Inglaterra) e uvas à beira-mar.”

 

Ele diz que a ideia lhe ocorreu por conta da angústia que sentia ao despejar galões de soro de leite pelo ralo.

 

Não há justificativa ambiental, financeira ou moral para desperdiçar qualquer subproduto agrícola nos dias de hoje.

— Bryn Perry

 

“Produzimos cinco variedades diferentes de queijo de ovelha, mas todos os dias jogamos fora metade de tudo o que coletamos na sala de ordenha.”

 

Depois que a coalhada é separada para uso nos queijos, o soro restante é transportado para a destilaria In The Welsh Wind, em Tan-y-Groes (vilarejo a cerca de 116 km da capital galesa de Cardiff), e então processado.

 

 

 

 

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O casal levou um ano para encontrar a receita “perfeita” — Bryn recebeu um prêmio de agricultor “revelação” no País de Gales.

 

“O processo preciso é um segredo bem guardado — depois de todo o esforço que colocamos nele, não vamos contar a todos como é feito”, diz Bryn.

 

“Atualmente, usamos ovelhas holandesas porque elas têm a melhor produção de leite, mas estamos tentando cruzá-las com ovelhas nativas galesas, cujas patas são mais resistentes para nossas condições montanhosas”.

 

Bryn e Rebecca dizem que foram apenas os segundos na Europa a criar uma vodca a partir do leite de ovelha.

 

“Ouvi falar de alguém fazendo isso na Nova Zelândia, que acho que foi o primeiro no mundo na época. Quando comecei a pesquisar, não havia ninguém na Europa fazendo a mesma coisa, embora outra empresa tenha nos desbancado e lançado seu produto primeiro. De qualquer forma, ainda somos um nicho bastante específico.”

 

A vodca de Bryn faz parte de um esforço conjunto de produtores galeses para reutilizar subprodutos que seriam normalmente jogados fora.

 

A Pennotec, sediada em Y Ffôr, está desenvolvendo um processo para usar a polpa de maçã restante da produção de cidra como substituto de gordura em pratos prontos, bem como cascas de resíduos do processamento de frutos-do-mar como clarificador natural de água para uso em sistemas de filtros para piscinas e hidroterapia.

 

Enquanto isso, após dois anos de intensa pesquisa e experimentação, os irmãos Cameron abriram a Dyfi Distillery e usam aparas de sebes de fazendas locais para produzir extratos botânicos para seu gim.

 

E a destilaria Aber Falls está usando o resíduo da fabricação do uísque como fertilizante, enquanto os grãos usados ​​são reciclados como ração para o gado.

 

Atualmente, a Ewe Whey Vodka está disponível apenas em mercados de agricultores ou diretamente da fazenda de Bryn e Rebecca, embora eles esperem poder vendê-la online a tempo do Dia das Mães, comemorado no próximo dia 8 de maio no Reino Unido.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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