O deputado estadual Barbosinha (DEM) usou tribuna virtual da Casa de Leis para falar sobre a situação da indústria de laticínios de Mato Grosso do Sul. A discussão foi feita durante sessão ordinária na semana passada.
“Na última década, segundo o IBGE, a produção de leite no Estado despencou 35%. Em 2010, eram produzidos 577 mil litros, em 2020 foram 370 mil. Tudo isso devido ao enfraquecimento da indústria local frente aos laticínios do país”, pontou Barbosinha.
Para o deputado, há falta de incentivo ao setor e defasagem que compromete a produção. “O parque industrial de MS ficou ultrapassado quando se compara com outros estados. Precisamos estudar formas do Estado incentivar essas indústrias e fomentar a bacia leiteira”, disse.
O parlamentar ainda solicitou rigor maior na fiscalização de produtos lácteos vindos de outros estados e países. “A entrada desses produtos da forma como está entrando está causando empobrecimento das nossas indústrias, que estão pedindo socorro”, destacou.
O tema levantado por Barbosinha foi defendido por outros parlamentares, que pediram a criação de um plano de refinanciamento das dívidas (Refis) das empresas do setor. Presidente da Frente Parlamentar do Leite, o deputado Renato Câmara (MDB) falou que já foram iniciadas conversas para atender ao setor. “A Frente Parlamentar tem discutido vários aspectos da cadeia produtiva do leite, entre elas o endividamento das indústrias. Estivemos em Brasília discutindo linha específica de crédito rural para as indústrias, junto à ministra Tereza Cristina”, explicou Câmara
Vice-presidente da Casa de Leis, o deputado Eduardo Rocha demonstrou o apoio do Legislativo à causa. “Um plano de recuperação para setor leiteiro contribui muito para geração de emprego e renda. Precisamos envolver prefeitos e o Estado em projeto amplo e aí sim um Refis. É dever do poder público dar esse incentivo e é um trabalho que essa Casa pode encampar”, disse.
O deputado Capitão Contar (PSL) também participou do debate e falou sobre a necessidade de abordar a situação de maneira abrangente. “O Estado perdeu muito e todas as ações têm que ser feitas por quem entende do assunto. Não adianta só falar de genética dos animais, mas ter cuidado com pasto e todo ciclo da cadeia leiteira, incluindo a logística”, disse.