Os produtores de leite do Norte do país manifestaram hoje uma "preocupação a médio prazo" com a seca que se tem feito sentir na região, alertando que tal pode vir a ter "um forte impacto no setor".

Por enquanto, a falta de chuva ainda não está a ter consequência imediata na alimentação dos animais, uma vez que estão a ser usadas as forragens de milho e erva armazenadas no ano anterior, mas há apreensão sobre o desenvolvimento das próximas culturas, que servirão de alimento para o futuro.

“Se vivêssemos apenas de pastagens, como quem tem rebanhos, já estaríamos a sentir. Mas a maioria dos nossos produtores trabalha com forragens armazenadas. No entanto, se continuar a não chover os problemas vão surgir e médio prazo”, começou por dizer Carlos Neves, secretário-geral da APROLEP.

Este dirigente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal deu conta que a falta de chuva inviabiliza a operação de “cobertura de estrume para adubar os campos” para desenvolver as culturas, lembrando que a maior utilização de água dos poços e minas das explorações para regar os campos acarreta custos extras.

“Se não houver chuva, não só vamos gastar mais dinheiro para colocar as máquinas a regar os campos, até porque a eletricidade está mais cara, como também corremos o risco das captações de água secarem, se os níveis freáticos não forem repostos”, acrescentou Carlos Neves.

O Secretário-geral da APROLEP lembra que no cenário das culturas, que servem de alimento para os animais, não se desenvolveram, será preciso “comprar mais ração e palha, o que representa novos custos”.

“Se já agora as margens no preço do leite para os produtores estão esmagadas, com mais despesas ainda ficará pior. Não sei como as pessoas vão aguentar. Precisamos mesmo de chuva nesta primavera”, alertou o dirigente.

No entanto, Carlos Neves garantiu que os produtores de leite não estão de braços cruzados, estando planeadas conversações com agrónomos “para estudar soluções de antecipar sementeiras ou tentar utilizar variedades de plantas que precisem de menos água”.

A Nova Zelândia deu início à temporada de laticínios com um impulso impressionante, provavelmente contribuindo com uma quantidade substancial de oferta para o mercado, de acordo com a Westpac NZ.

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