Igualmente afetado pelas cheias, um produtor de leite de Agudo, na região central do Estado, transformou sua dificuldade em um ato de solidariedade.
Sem ter como fazer a entrega do produto para a indústria, em razão dos problemas nas estradas, Alexandre Pilecco decidiu doar sua produção de leite a comunidade atingida pela enchente do Rio Jacuí.
— Centenas de pessoas ficaram desabrigadas no meu município de uma hora para outra. E eu ia ter que colocar leite fora, já que as estradas estão destruídas, e o caminhão não conseguia chegar para coletar — explicou à coluna Pilecco, que fornece à cooperativa Dália.
Quando soube que as rodovias estavam interditadas em razão da enchente, Alexandre procurou a Emater e a prefeitura do município para fazer a doação. A Emater chegou a fazer até uma postagem no Facebook, avisando os moradores da região. “E não deu outra”, conta:
— As pessoas começaram a chegar, todos os dias, com garrafas pets para levar para filhos, netos, pessoas desabrigadas…
Com 16 vacas em lactação da raça jersey, Alexandre estima a produção entre cem e 120 litros de leite. Em dias normais, sem estresse ou falta de ração, chega a 150 a 200 litros. O leite fica armazenado em um resfriador, a 2ºC, até ser totalmente distribuído.
Para o produtor, é gratificante:
— Ajudei como podia.