Os custos de produção da carne, leite, pão francês e até mesmo das cervejas artesanais, devem ser onerados com o reajuste na tarifa de energia, alertam sindicatos do setor da indústria de alimentos filiados à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Energia- E o impacto deverá ser sentido também nos produtos lácteos.
E o impacto deverá ser sentido também nos produtos lácteos.
Os custos de produção da carne, leite, pão francês e até mesmo das cervejas artesanais, devem ser onerados com o reajuste na tarifa de energia, alertam sindicatos do setor da indústria de alimentos filiados à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

E essa alta na tarifa para o setor produtivo deverá ter reflexos diretos no bolso do consumidor, implicando em aumento nos preços dos alimentos consumidos no dia a dia.

O cenário está preocupando as indústrias do setor de alimentos de Minas Gerais. O reajuste médio da tarifa na área da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi de 6,72%, em média, para consumidores de baixa tensão e de 8,63% para os de alta tensão, conforme autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na avaliação do consultor do mercado de energia da Fiemg, Sérgio Pataca, a energia para a indústria foi maior que o dobro da inflação. “Com isso, a elevação reflete em todos os produtos, sendo que o custo com energia representa cerca de 30% do valor do leite e 18% da cesta básica”, considerou.

De acordo com Pataca, mais de um terço da conta de luz é subsídio e, como política pública, deveria ser alocado no Tesouro da União. “O reajuste foi consolidado e vai começar a ser contabilizado no final de junho/julho, trazendo impactos não apenas nas contas, mas também nos produtos que consomem mais energia para serem fabricados”, projetou.

Diante desse cenário, o pãozinho deverá ficar mais caro. Na panificação, a alta da conta de luz se soma à escalada de preços da farinha trigo, matéria-prima do pão francês, o que acaba elevando ainda mais o custo de produção, segundo explicou o presidente da do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão) e da Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas da Fiemg, Winícius Segantine

“A panificação também vai enfrentar as suas dificuldades. É preciso repassar os custos para o consumidor, porque não tem outra maneira de continuarmos no mercado se isso não for feito. Eu não tenho a menor dúvida que, para o brasileiro, os custos estão ficando inviáveis”, avalia Segantine.

E o impacto deverá ser sentido também nos produtos lácteos. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), que também é empresário, Guilherme Abrantes, reforça que o insumo mais caro afeta diretamente toda a cadeia leiteira e acaba na conta do consumidor.

“Tanto o produtor de leite, que tem que manter tanto a propriedade quanto o resfriamento do produto; e a indústria, sentem que, com a elevação dos custos, terão que se reposicionar e, no final de tudo, essa conta vai acabar pesando mais para o consumidor”, observa Abrantes.

O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Carnes, Derivados e do Frio no Estado de Minas Gerais (Sinduscarne), Dylton Lyzardo, também acredita o que reajuste da conta de energia pode exercer alguma influência no preço da carne, especialmente nos açougues. Afinal, esses estabelecimentos, segundo ele, têm consumo elevado de energia com geladeiras, câmaras frias e outros equipamentos utilizados no manejo e acondicionamento do produto.

A elevação na tarifa de energia poderá impactar também no bolso de quem consome cerveja, especialmente as artesanais, uma vez que o custo da energia pode deixar a bebida com sabor mais amargo que o de costume. O alerta é do vice-presidente do Sindicato da Indústria de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas MG) e CEO da Prussia Bier, Fernando Cota.

De acordo com ele, o setor já vem enfrentando dificuldades econômicas desde a pandemia de Covid-19, quando o custo de produção vem sendo pressionado pelo aumento do preço do oxigênio e do CO2 utilizados na produção, e das embalagens, por exemplo. “Apesar dessas adversidades, o segmento conseguiu, a duras penas, segurar o valor do produto na ponta final. No entanto, com a energia mais cara, as cervejarias artesanais podem não suportar mais esse aumento de custo e acabar transferindo-o para o consumidor”, considerou Cota.

 

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