Quando e onde o queijo foi descoberto? Um lugar é o antigo Egito, onde foi encontrada em uma tumba ao sul do Cairo uma ânfora com queijo de 3.200 anos de idade, colocada na tumba para acompanhar a jornada após a morte de Ptahmes, um alto funcionário egípcio da época.
Leia também: Queijos emblemáticos | Pela primeira vez o Queijo Cheddar é fabricado por laticínio no estado de Alagoas
Outras evidências apontam para a costa da Dalmácia, onde foram analisados resíduos encontrados em ânforas antigas contendo ácidos graxos de queijo. Isso ocorreu há 7.200 anos, demonstrando a importância da produção de leite e queijo no Mediterrâneo entre os primeiros agricultores europeus, ajudando a reduzir a mortalidade infantil e estimulando as mudanças demográficas que levaram as comunidades agrícolas a se expandirem para as latitudes do norte.
Outro berço do leite e do queijo é a Ásia. Em primeiro lugar, a Índia, onde há evidências de que o leite fermentado era usado pela população em tempos muito antigos, e depois a China, onde na necrópole de Xiaohe, localizada na região de Xinjiang Uyghur, no oeste da China, foram encontrados restos de um queijo feito há 3.500 anos na Idade do Bronze.
EDAIRY MARKET | O Marketplace que Revolucionou o Comércio Lácteo
Atualmente, as pesquisas que utilizam técnicas modernas de análise de DNA permitiram estabelecer o tipo de queijo, o leite utilizado e suas enzimas lácteas, bem como sua evolução territorial e temporal. Em primeiro lugar, foi comprovado que era o que hoje chamamos de kefir e que se acredita que tenha se originado nas regiões ocidentais do Cáucaso e de lá se espalhado para as regiões da Europa e do Oriente Médio.
As espécies bacterianas e fúngicas encontradas nesses artefatos antigos também são comumente encontradas nos grãos de kefir atuais, e o estudo possibilitou acompanhar sua evolução ao longo dos séculos com a seleção por meio da atividade humana de fabricação de queijos e migrações, a partir das quais foi possível ver como o produto se espalhou daquele núcleo original para o Tibete e outras regiões da Ásia Central.
Como, diferentemente da produção de laticínios do Oriente Médio e da Grécia, esses antigos povos chineses usavam leite de vaca e de cabra e os processavam em lotes separados, também foi possível rastrear a disseminação do kefir de acordo com os ruminantes criados.
A disseminação das técnicas de fermentação de laticínios foi amplamente acompanhada pelo movimento e pela interação humana, e esse processo moldou a evolução dos microrganismos que desempenham um papel fundamental no processamento do leite.
Como parte da cultura humana, a história da fermentação do leite é um elemento indispensável para entender nosso passado e seu impacto no estilo de vida das populações atuais.
Tudo isso demonstra como o leite e o queijo são uma fonte de vida.