O leite e seus derivados continuam numa escalada de preços que começou no final do outono, quando as chuvas ficaram escassas no Brasil profundo.
E há dois fatores para que o valor dos lácteos continue em alta, mesmo no período das vacas gordas, quando o pasto se regenera após a volta das chuvas na primavera.
Leia também: Leite | Alternativas à base de plantas: escolha real ou puro marketing?
O primeiro fator a contribuir com essa inflação do curral são as queimadas, que destruíram pastagens do Goiás até São Paulo. Sem capim, não há leite barato.
O segundo motivo é novo: as exportações brasileiras dispararam incríveis 219% só em setembro. E o motivo dessa disparada é o dólar comportado frente ao real, sem grandes oscilações.
O balanço das cotações no mercado do leite registra sempre um mês de atraso porque os laticínios acertam as contas com os produtores 30, 40 dias após a primeira coleta do mês.
EDAIRY MARKET | O Marketplace que Revolucionou o Comércio Lácteo
Assim, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor pago ao produtor em setembro registrou alta de 1,4% na Média Brasil na comparação com a remuneração de agosto.
Portanto, a cotação média atingiu R$ 2,76/litro na porteira da fazenda. E a expectativa de agentes do setor é que o movimento de alta ganhe força.
A Média Brasil do Cepea leva em consideração as cotações nos sete maiores produtores de leite do País. Assim, o cálculo reúne os preços pagos pelos laticínios nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Bahia.
O Cepea é vinculado à Escola Superior de Agricultura da USP, em Piracicaba. E a pesquisa no campo é realizada em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras.
Entre os derivados, a muçarela foi cotada à média de R$ 32,89/kg, aumento de 2,74% em relação ao mês anterior; o leite UHT (longa vida), por sua vez, se valorizou 7,58%, com as médias passando para R$ 4,68/litro.