Queijos Minas, são muitos: mas você sabe reconhecer as diferenças entre QMA, Queijo Minas Frescal, Meia Cura e Padrão?
há várias maneiras de os fabricantes de queijo aumentarem a lucratividade, queijos

Em Minas Gerais, o queijo é mais que um alimento, é um pedaço da nossa identidade.

No fim do ano passado, o modo de fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, além disso, ele também é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

No estado são produzidos os Queijos Minas Frescal, Meia Cura e Padrão além de possuir 15 regiões reconhecidas como produtoras de Queijos Artesanais de Minas e, dentre esses, está o QMA, como o Queijo Canastra, do Campo das Vertentes e das Serras de Ibitipoca.

Existem diferenças entre a maneira de produzir QMA e dos outros tipos de Queijos Minas. A primeira delas é que o artesanal precisa ser produzido com leite cru, já o meia cura e padrão têm que ser feitos com leite pasteurizado.

Outra diferença importante entre os dois é o beneficiamento em si. O Queijo Minas Artesanal é um queijo de massa crua, enquanto para fabricar o Queijo Minas Padrão nós utilizamos o aquecimento da massa”, conta Lívia Maia, instrutora do Sistema Faemg Senar e especialista em queijos.

O QMA tem forte influência do terroir e pode ser de casca lavada ou florida. O tempo de maturação é de pelo menos 22 dias, mas isso pode variar. “Nós gostamos de colocar nossos queijos para venda a partir de 40 dias, que é quando ele alcança o seu sabor mais intenso”, completou André.

Já sobre o sabor, cada queijo tem características únicas. Andreia Modesto diz que sente em seu queijo notas amendoadas e que vai bem com um bom vinho, mas que a harmonização pode ser bem mais simples. “Combina perfeitamente com um café fresquinho“, afirma Andreia.

Na Vila Almeida, zona rural de Juiz de Fora, Nathalie Ferreira e Hemerson Haber produzem os queijos Minas Padrão, Frescal e Meia Cura. O frescal é um queijo fresco, sem fermento e ideal para o consumo rápido. O meia cura e padrão recebem fermento industrial e passam por um processo de cura. “O meia cura precisamos deixar ele descansar entre 10 e 15 dias. Já o Minas Padrão é a partir do 20º dia”, explica Nathalie.

O queijo frescal é vendido ainda durante a dessoragem, já o meia cura e padrão são pensados para garantir consistência e maior durabilidade. “São queijos que nós conseguimos um sabor mais acentuado. Também são mais fáceis de conservar e vender”, completa Nathalie.

Hemerson conta que tanto o produto fresco quanto os curados têm tido grande procura, e que atingem cada vez mais os paladares sofisticados. “Temos participado de festivais onde vimos que nosso queijo combina muito bem com bons vinhos e cervejas artesanais“, afirmou.

Diferença em detalhes

Tipo de Queijo Ingredientes  Processo de Produção Características Harmonização
Minas Frescal Leite pasteurizado, coalho, sal Coagulação rápida, sem fermento Suave, fresco. Vinhos, café, ervas finas, azeites.
Meia Cura Leite pasteurizado, coalho, sal e fermento A partir de 12 dias de cura Textura cremosa, sabor suave. Vinhos, café, ervas finas, azeites.
Minas Padrão Leite pasteurizado, coalho, sal e fermento A partir de 20 dias de cura Textura mais firme, sabor acentuado Vinhos, cervejas artesanais, azeite.
Minas Artesanal Leite cru, coalho, sal e pingo Salga após a prensa manual e uso do pingo. A partir de 22 dias de maturação Sabor intenso, complexo, com notas de terroir acentuadas Vinhos, cervejas, café, azeite.

*Pingo: Soro da segunda salga do queijo produzido no dia anterior, que escorre e pinga da pingadeira. É rico em probióticos naturais que favorecem o crescimento da flora benéfica à cura e maturação do queijo.

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