KitKat vegano: um experimento que não decolou
Lançado em 2021, o KitKat V foi uma resposta à crescente demanda por alternativas sem laticínios. A versão utilizava um chocolate à base de arroz, combinado com manteiga de cacau, fibra de milho e gorduras vegetais, mantendo a tradicional textura crocante do wafer.
No entanto, menos de quatro anos depois, a Nestlé anunciou a descontinuação do produto devido à queda na demanda global. Um porta-voz da empresa declarou ao portal The Plant Base:
“Sabemos que o KitKat Vegan era popular entre aqueles que buscavam alternativas sem laticínios. Infelizmente, a demanda global tem diminuído a ponto de tornar a produção cada vez mais complexa, levando-nos a tomar a difícil decisão de descontinuá-lo.”
O movimento segue a decisão da Nestlé de retirar do mercado britânico e irlandês sua linha Wunda (bebidas vegetais) e o portfólio varejista da Garden Gourmet (substitutos de carne), mantendo apenas sua oferta para o setor de foodservice.
A tecnologia será aplicada inicialmente na produção do KitKat Neapolitan, lançado neste mês. Com algoritmos avançados, sensores monitoram a uniformidade dos ingredientes, ajustam parâmetros automaticamente e reduzem desperdícios, garantindo maior precisão na fabricação.
Este investimento reflete a estratégia da Nestlé de focar em suas marcas tradicionais, fortalecendo processos industriais com tecnologia de ponta, ao invés de apostar em nichos que não demonstraram crescimento sustentável.
Impacto no mercado de chocolates veganos
A descontinuação do KitKat V é um reflexo das dificuldades do segmento de chocolates à base de plantas. Apesar do crescimento inicial, a alta dos preços, a textura e o sabor ainda são desafios para a aceitação dos consumidores.
Dados da Euromonitor mostram que o mercado global de chocolates veganos cresceu 12% ao ano entre 2018 e 2022, mas enfrentou desaceleração desde 2023.
No Brasil, onde chocolates tradicionais ainda dominam as prateleiras, alternativas veganas representam menos de 1% das vendas totais, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab).
Com a Nestlé recuando em seu portfólio vegano e reforçando seu investimento em tecnologia industrial, resta saber se outras gigantes do setor seguirão o mesmo caminho.