A China impôs novas tarifas de 10% sobre produtos lácteos dos Estados Unidos, em resposta às tarifas aplicadas por Washington.
A medida, vigente desde 10 de março de 2025, afeta 26 categorias de produtos lácteos, incluindo queijos, manteiga e leite em pó, mas exclui o soro de leite usado na alimentação animal.
Essas tarifas se somam às taxas já existentes e fazem parte de uma retaliação chinesa que impacta um total de 740 produtos agropecuários dos EUA, incluindo carne bovina, suína, frutas e grãos como soja e sorgo. Outras mercadorias, como trigo, milho e algodão, foram atingidas por tarifas de 15%.
Os queijos continuam sendo um dos principais produtos exportados, com crescimento pelo 13º mês consecutivo. O México, maior importador de queijos dos EUA, aumentou suas compras em 1%, enquanto Japão (+59%) e Coreia do Sul (+34%) registraram aumentos expressivos. A demanda também cresceu na América Central e Caribe (+14%) e na Oceania (+21%).
Gorduras lácteas em alta
As exportações de gordura láctea também tiveram forte desempenho. O volume total de manteiga exportada cresceu 41%, com destaque para Canadá (+19%), América Central e Caribe (+103%) e Oriente Médio/Norte da África (+776%). Já as exportações de gordura anidra de leite (AMF) aumentaram 525%, principalmente para Canadá e México, possivelmente em resposta às tarifas chinesas.
Leite em pó enfrenta desafios
Apesar do cenário positivo para queijos e gorduras, as exportações de leite em pó desnatado (NFDM) e leite em pó desengordurado (SMP) caíram 20% em janeiro, devido a preços elevados e produção reduzida. Os embarques para o Sudeste Asiático caíram 42%, para o Oriente Médio e Norte da África, 90%, e para o Japão, 72%.
Com a produção de NFDM aumentando 11% e os estoques subindo 41%, os preços dos EUA caíram 3% em relação ao mercado global em março de 2025. No entanto, a demanda global por leite em pó continua fraca, o que pode limitar novas oportunidades de crescimento.
Perspectivas
Apesar das tarifas, a indústria láctea dos EUA segue expandindo suas exportações, especialmente de queijos e produtos com alto valor agregado.
O aumento da demanda em regiões como Ásia, América Latina e Oriente Médio deve continuar impulsionando as vendas, ainda que os desafios tarifários e os custos de produção possam influenciar os resultados ao longo de 2025.
Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷
