A Câmara Municipal de Uberaba (CMU), em Minas Gerais, teve o fornecimento de leite e derivados interrompido após a empresa Agronelli Agroindustrial Ltda. — responsável pelo abastecimento — anunciar a paralisação de suas atividades industriais.
A suspensão impacta diretamente o lanche diário oferecido aos servidores da Casa Legislativa.
Segundo o presidente da Câmara, vereador Ismar Marão (PSD), a empresa comunicou oficialmente a decisão à Mesa Diretora, informando que a interrupção ocorre no contexto de um processo de reestruturação estratégica.
Em nota, a Agronelli, que opera no mercado com a marca Porto Real, esclareceu que a pausa está relacionada à construção de um novo laticínio, com foco na ampliação da capacidade produtiva e no aumento da competitividade.
“Estamos nos reorganizando para ampliar nossa atuação e modernizar nossa infraestrutura. A decisão foi necessária para viabilizar a nova planta industrial, que trará ganhos operacionais e de escala”, afirmou a empresa em comunicado.
O fornecimento de leite e derivados para órgãos públicos e instituições é uma frente relevante no mercado lácteo brasileiro, especialmente em regiões como o Triângulo Mineiro, onde Uberaba se destaca como polo agroindustrial.
A interrupção repentina, mesmo que justificada por melhorias estruturais, expõe a vulnerabilidade de contratos públicos diante de imprevistos no setor privado.
Diante da situação, a Câmara de Uberaba iniciou os trâmites legais para abertura de nova licitação, visando a contratação de outro fornecedor. O processo está sendo conduzido pela equipe administrativa da Casa, sob a supervisão do diretor-geral, Rodrigo Souto.
“Nosso objetivo é resolver a questão com a maior brevidade possível, para garantir a continuidade do serviço aos servidores”, afirmou Souto.
Enquanto o novo contrato não é firmado, os produtos remanescentes em estoque seguem sendo distribuídos normalmente pelo Departamento de Almoxarifado, até que se esgotem completamente.
A Agronelli é conhecida regionalmente pela marca Porto Real, que comercializa leite pasteurizado, iogurtes e queijos.
A construção de uma nova planta industrial, segundo fontes do setor, faz parte de um movimento estratégico de modernização que várias indústrias vêm adotando para atender às crescentes exigências de qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade no setor lácteo nacional.
Em meio a um cenário de retomada econômica e aumento da competitividade, empresas de laticínios têm buscado se reinventar para manter ou expandir sua presença no mercado.
A modernização da infraestrutura e a otimização dos processos produtivos são fatores essenciais para garantir margem operacional diante da volatilidade dos preços do leite cru e da alta nos custos de produção.
A expectativa, tanto da Câmara quanto da própria Agronelli, é de que os impactos da paralisação sejam pontuais e que as operações se normalizem nas próximas semanas, seja por meio da conclusão do novo processo licitatório, seja pelo avanço das obras da nova planta da fornecedora.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de JM Online
