O mercado global de laticínios em 2025 mostra um claro movimento de consolidação e mudança geográfica de poder de marca, com a Ásia assumindo protagonismo enquanto a Europa busca novas estratégias de crescimento.
Segundo o relatório Dairy 10 2025, publicado pela Brand Finance, a chinesa Yili mantém pelo sexto ano consecutivo a posição de marca de laticínios mais valiosa do mundo, com um valor estimado de US$ 11,2 bilhões.
De acordo com a pesquisa, diversas marcas asiáticas tiveram um desempenho relevante, apesar de um cenário geral de retração na região. Além da Yili, aparecem no ranking empresas como Mengniu, Vinamilk e illuma, ainda que com quedas em seu valor de marca.
Em contrapartida, a indiana Amul, maior cooperativa de laticínios do mundo, destacou-se com um crescimento de 24%, alcançando US$ 4,1 bilhões e tornando-se a segunda marca mais forte do ranking, com um Brand Strength Index (BSI) de 91,2 pontos em 100. Outro destaque foi a japonesa Yakult, que registrou leve alta de 3%, atingindo US$ 1,7 bilhão.
No continente europeu, algumas marcas apresentaram avanços significativos. A francesa Président teve a maior taxa de crescimento do setor, com um aumento de 51% em seu valor de marca, chegando a US$ 3,2 bilhões e subindo quatro posições no ranking, tornando-se a marca europeia mais bem colocada na quarta posição global.
Já a cooperativa finlandesa Valio, que também figura entre as dez mais valiosas com US$ 2 bilhões, foi eleita a marca de laticínios mais forte do mundo e a mais robusta da Europa em 2025, com um BSI de 96,3 pontos — um desempenho que reflete a confiança do consumidor e a valorização de propostas baseadas em origem e proteína.
O estudo revela que marcas europeias estão se destacando não apenas pela força de marca, mas também por estratégias que combinam inovação e identidade regional.
Isso ocorre em um contexto de pressão inflacionária global e da crescente concorrência de alternativas vegetais, que forçam as marcas de laticínios a reforçarem seus diferenciais nutricionais e de procedência.
A análise também destaca dois novos ingressantes no top 10 de laticínios: Gerber, com um valor de US$ 1,8 bilhão, e Parmalat, que alcançou US$ 850 milhões. Este movimento reforça a tendência de maior diversidade de players no setor, especialmente em mercados emergentes e em segmentos especializados.
Além do valor de marca, a força de marca se tornou um indicador central para medir a solidez das empresas de laticínios no mercado internacional.
A Valio, por exemplo, obteve notas máximas (10 de 10) em métricas como preferência, consideração, entendimento e recomendação entre os consumidores finlandeses. Já a Amul, apoiada em forte lealdade de seus consumidores domésticos, vem expandindo suas operações para a América do Norte, em uma estratégia que deve aumentar sua presença global.
Esses movimentos refletem um momento de redefinição no mercado global de laticínios, onde as marcas asiáticas lideram em valor, enquanto a Europa demonstra resiliência e capacidade de se reposicionar.
Para países exportadores e para a indústria de transformação, entender essa dinâmica é crucial, já que as marcas com maior valor tendem a influenciar cadeias produtivas, preços e preferências de consumo em mercados estratégicos.
O relatório ainda reforça a disparidade entre os continentes: enquanto a Ásia concentra as maiores marcas de valor, a Europa detém as marcas mais fortes, e a América Latina aparece pontualmente, com destaque para o desempenho da Sadia no setor de alimentos congelados, mas sem relevância expressiva entre os laticínios.
No Brasil, esse cenário global serve de alerta para cooperativas e indústrias que buscam fortalecer suas marcas diante da concorrência internacional.
A valorização da origem, da sustentabilidade produtiva e da confiança do consumidor são elementos cada vez mais determinantes para competir nesse ambiente.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Food & Drink | Reports | Brandirectory
