A proteína continua sendo o nutriente mais buscado pelos consumidores nos Estados Unidos, de acordo com dados do International Food Information Council (IFIC).
Os resultados foram apresentados na pesquisa anual “Food & Health Survey 2025”, que entrevistou 3.000 pessoas de 18 a 80 anos, e em um estudo complementar realizado em julho sobre atitudes e percepções em relação à proteína.
Segundo Monica Amburn, diretora sênior de alimentos e nutrição do IFIC, a tendência se mantém sólida. “Desde 2021, quando adicionamos a proteína como opção no levantamento, ela aparece como o nutriente número um que os americanos dizem querer consumir. Este já é o quinto ano consecutivo”, afirmou em um webinar realizado em julho.
Os dados mostram que mais de um em cada três consumidores aumentou sua ingestão de proteína no último ano. Além disso, pelo terceiro ano seguido, as dietas ricas em proteína foram as mais citadas entre os padrões alimentares nos EUA.
Pela primeira vez, os consumidores também passaram a considerar as alegações de “boa fonte de proteína” como o principal critério para definir se um alimento é saudável.
No levantamento complementar, feito com 1.000 participantes, 35% declararam estar consumindo mais proteína do que no ano anterior, enquanto 46% mantiveram o mesmo nível.
Para o IFIC, o crescimento desse comportamento é significativo, já que uma parcela relevante da população está conscientemente buscando maior ingestão de proteínas.
Outro dado revelado pela pesquisa é que cerca de 80% dos consumidores priorizam proteína em pelo menos uma refeição diária, especialmente no jantar.
As fontes preferidas incluem carnes e aves (65%), ovos (62%), peixes e frutos do mar (48%), laticínios (41%) e leguminosas como feijão, ervilha e lentilha (40%).
O sabor aparece como o principal fator na escolha da fonte de proteína, seguido por preço, benefícios à saúde e praticidade. Para a maioria dos consumidores, os benefícios percebidos estão diretamente relacionados à saúde muscular e à força física.
Outros pontos destacados foram o aumento de energia, a redução da fadiga, o envelhecimento saudável, a saúde óssea e o bem-estar geral.
De acordo com o IFIC, a chamada “onda da proteína” é impulsionada tanto pelo interesse crescente da mídia quanto pelo foco dos consumidores em temas como controle de peso, uso de medicamentos relacionados ao GLP-1, exercícios físicos, energia e longevidade saudável.
Apesar desse protagonismo, ainda há um grande desconhecimento sobre as necessidades diárias de proteína. O levantamento indica que cerca de 80% dos entrevistados não sabem ou não têm certeza de qual deve ser sua ingestão individual em gramas.
Entre os 20% que afirmam ter consciência desse número, mais da metade acredita que a recomendação seja de até 50 gramas por dia, valor abaixo da Recommended Dietary Allowance (RDA) para adultos entre 68 e 90 quilos.
Amburn destacou que a lacuna de conhecimento é um dos pontos mais relevantes identificados pela pesquisa. “Mesmo entre aqueles que se dizem confiantes em saber sua necessidade diária, percebemos que a maioria não atinge o valor adequado.
Esses insights mostram que os americanos ainda precisam de orientações mais específicas e individualizadas sobre a ingestão de proteína”, afirmou.
O estudo reforça que a proteína se consolidou como elemento central na alimentação dos americanos, seja pela busca de benefícios relacionados à saúde, seja pela influência de tendências do mercado.
No entanto, também evidencia a necessidade de maior conscientização nutricional para que o consumo se alinhe às recomendações oficiais.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Dairy Processing