O cooperativismo no Espírito Santo vive um momento de expansão e fortalecimento em 2025, ano simbólico para o setor em nível nacional e internacional.
No estado, o modelo de negócios cooperativo une tradição e inovação, equilibrando a trajetória de entidades históricas, como a Cooperativa de Laticínios Selita, que completa 86 anos, com o surgimento de novas iniciativas que ampliam a diversidade e o alcance desse movimento.
O Espírito Santo abriga algumas das cooperativas mais antigas do Brasil. A Selita, fundada em Cachoeiro de Itapemirim, é uma das pioneiras e celebra 86 anos de contribuição ao desenvolvimento local em outubro de 2025.
Além dela, outras instituições como a Cavil (77 anos), Colamisul (71 anos) e Cretovale (64 anos) consolidaram sua presença ao longo das décadas. Essas cooperativas ajudaram a moldar o cenário econômico capixaba, sobretudo nas áreas de laticínios, agropecuária e crédito.
O setor, no entanto, não se limita à tradição. Nos últimos anos, surgiram mais de 100 cooperativas em diferentes áreas, incluindo saúde, consumo, transporte e infraestrutura.
Entre as mais jovens estão a Cooptures e a Manualidadeterapia, ambas com menos de um ano de fundação, além de outras entidades que ganharam espaço recentemente, como Coopertres (5 anos), Coopginger (4 anos) e Cooplarte (3 anos). Essa combinação de antigas e novas cooperativas reflete a vitalidade e a capacidade de adaptação do movimento capixaba.
Papel estratégico da OCB/ES
O fortalecimento do cooperativismo no estado é impulsionado pela Organização das Cooperativas Brasileiras do Espírito Santo (OCB/ES), que há 53 anos desempenha um papel central na defesa, capacitação e promoção do setor. A entidade atua como ponte entre as cooperativas, o poder público e a sociedade, além de oferecer apoio técnico e jurídico.
Pedro Scarpi Melhorim, presidente da OCB/ES, destaca que a inovação é uma prioridade permanente. “A OCB/ES tem um compromisso claro com as cooperativas capixabas, oferecendo todo o suporte necessário para que elas se fortaleçam, diversifiquem suas atividades e se expandam para novos mercados”, afirmou.
Na mesma linha, Carlos André Santos de Oliveira, diretor-executivo da organização, ressalta o papel político e institucional da entidade: “Nosso papel é garantir que o modelo cooperativo seja defendido em espaços de poder, preservando sua boa imagem e seus princípios”.
Esse trabalho é sustentado também pela Política Estadual do Cooperativismo, sancionada em 2006, que garantiu bases legais para a expansão do setor. Atualmente, 16 municípios do Espírito Santo já possuem legislações locais que incentivam o desenvolvimento de cooperativas, fortalecendo o alcance e a legitimidade do movimento.
Tradição e renovação de mãos dadas
A trajetória do cooperativismo capixaba é marcada pelo equilíbrio entre tradição e renovação. Enquanto Selita, Cavil e Cooabriel (62 anos) consolidaram marcas fortes no mercado ao longo de décadas, novas iniciativas como Coopsi (2 anos) e Coopmanv (1 ano) surgem com propostas inovadoras e adaptadas às demandas contemporâneas.
Essa diversidade garante ao setor dinamismo e flexibilidade para responder às transformações econômicas e sociais. Além disso, promove inclusão ao oferecer oportunidades a empreendedores e trabalhadores que encontram no modelo cooperativo um caminho para fortalecer seus negócios e comunidades.
Perspectivas para o futuro
O crescimento do cooperativismo no Espírito Santo reflete o potencial desse modelo de negócios no Brasil. Mais do que uma alternativa econômica, trata-se de uma forma de organização que valoriza a união, a solidariedade e a sustentabilidade.
Em 2025, o setor se prepara para mais uma década de avanços, com a OCB/ES como aliada estratégica na defesa dos princípios cooperativistas e no incentivo à inovação.
A expectativa é de que o cooperativismo siga ampliando sua presença no estado, equilibrando a experiência das cooperativas mais antigas com a energia das mais jovens, em benefício direto de cooperados e comunidades locais.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de ES HOJE