ESPMEXENGBRAIND
8 out 2025
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Vereadores de São Miguel do Oeste pedem ao governo federal o fim das importações de leite e políticas para garantir preço justo ao produtor.
Santa Catarina pressiona governo por medidas urgentes no setor de leite. Veradores
Santa Catarina pressiona governo por medidas urgentes no setor de leite.

Os vereadores Ravier Centenaro (PSD) e Vivi De Carli (PODEMOS), do município de São Miguel do Oeste (Santa Catarina), apresentaram uma moção de apelo solicitando ações urgentes em defesa dos produtores de leite do Brasil. A proposta, aprovada por unanimidade na Câmara Municipal, foi encaminhada ao governo federal e estadual, cobrando medidas para conter a crise que afeta o setor.

Segundo os autores, o setor leiteiro enfrenta uma grave crise provocada pela queda no preço pago ao produtor. Essa desvalorização, afirmam, é consequência direta da concorrência desleal gerada pelas importações de leite e derivados a preços muito abaixo do custo de produção nacional. O impacto atinge especialmente as famílias rurais que têm no leite a principal fonte de renda e sustento.

“Estamos vendo produtores desistindo da atividade porque o que recebem não cobre os custos de produção”, destacaram os vereadores na justificativa da moção.

A defesa do leite nacional

A moção pede que as autoridades federais e estaduais assegurem um preço justo ao litro do leite, compatível com os custos reais de produção. Além disso, os vereadores pedem a proibição das importações de leite e derivados vendidos no mercado interno por valores inferiores aos praticados pelos produtores brasileiros.

Os parlamentares também solicitaram políticas públicas específicas para fortalecer o setor, com foco em competitividade, renda e dignidade para as famílias agricultoras. A proposta, segundo eles, busca garantir não apenas a sobrevivência dos produtores, mas também a segurança alimentar nacional e a manutenção de milhares de empregos no campo.

Mobilização em defesa do produtor

O pedido foi subscrito por todos os vereadores da Câmara de São Miguel do Oeste, evidenciando consenso político em torno da pauta. A moção foi encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ao governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, e ao secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini.

“O leite é a base da economia rural em nossa região. Não podemos permitir que a produção nacional seja destruída por políticas de importação injustas”, afirmou Centenaro durante a sessão.

Com essa moção, o legislativo municipal busca pressionar o governo federal a revisar as políticas de importação e a adotar medidas que valorizem o produto nacional. Em Santa Catarina, o leite é um dos pilares da agropecuária, com destaque para o Oeste catarinense, onde pequenas e médias propriedades familiares respondem por grande parte da produção estadual.

Crise do leite: um desafio nacional

Nos últimos meses, entidades representativas do setor, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (FAESC) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), têm alertado para o aumento das importações de leite em pó e outros derivados, principalmente oriundos do Mercosul.
Essas importações, muitas vezes subsidiadas, reduzem a competitividade do produtor brasileiro e pressionam para baixo o preço pago nas propriedades.

De acordo com dados recentes do Ministério da Agricultura, o Brasil importou milhões de litros de leite e derivados ao longo de 2024, em volumes que superaram os níveis históricos. Enquanto isso, o custo interno de produção — impactado por insumos, energia e transporte — continua elevado, tornando a atividade cada vez menos viável economicamente.

A urgência de políticas estruturantes

A moção aprovada pelos vereadores de São Miguel do Oeste reforça o clamor de várias regiões do país por intervenção governamental imediata. As demandas incluem:

  • Definição de preço mínimo nacional compatível com o custo de produção;
  • Controle temporário das importações de leite e derivados a preços inferiores;
  • Apoio técnico e financeiro a produtores familiares;
  • Incentivo à industrialização local e à diferenciação de produtos regionais.

 

O documento encerra com um apelo para que a pauta seja tratada com caráter de urgência, de modo a evitar a desestruturação da cadeia produtiva e a evasão rural. “Garantir o preço justo ao leite é garantir o futuro do campo e da alimentação brasileira”, conclui o texto.

Contexto regional

O estado de Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do Brasil, segundo dados do IBGE. A produção está concentrada no Oeste, região caracterizada por propriedades familiares que dependem fortemente da atividade para sustento e geração de renda.
A continuidade da crise, sem medidas concretas, pode comprometer a segurança alimentar e enfraquecer um dos setores mais tradicionais da economia catarinense.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Fotos e Notícias

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