ESPMEXENGBRAIND
17 nov 2025
ESPMEXENGBRAIND
17 nov 2025
🧀 Um gruyère artesanal de 18 meses venceu 5.244 queijos e levou o título de melhor do mundo, reforçando o valor da produção de montanha.
🔥 O gruyère do ano: queijo suíço supera 46 países no ranking mundial
🔥 O gruyère do ano: queijo suíço supera 46 países no ranking mundial.

O gruyère suíço voltou a ganhar destaque mundial ao conquistar o prêmio máximo do World Cheese Awards, em uma edição marcada pela força dos pequenos produtores e pela valorização do terroir.

O campeonato, realizado pela primeira vez em território suíço desde sua criação em 1988, reuniu 5.244 queijos de 46 países e transformou Berna, por um dia, na capital global da cultura queijeira.

O grande vencedor veio da pequena queijaria de montanha Vorderfultigen, localizada na região pré-alpina de Gantrisch, entre Berna, Friburgo e Thun. Ali, em um ambiente onde as rotinas rurais seguem ritmos ancestrais, nasceu o gruyère de 18 meses descrito por jurados como “perfeito e inesquecível”.

O estabelecimento, especializado na produção com Denominação de Origem Protegida (AOP), mantém práticas tradicionais que unem clima, altitude, pastagens e manejo animal como fatores determinantes de identidade.

Em campo, a disputa foi intensa. O júri — composto por 265 especialistas internacionais, entre mestres queijeiros, chefs, compradores, jornalistas e avaliadores técnicos — passou horas degustando, analisando e debatendo os exemplares enviados de todos os continentes.

Segundo Kuba Maziarczyk, “super-juiz” da final e produtor de queijo na Polônia, o processo inclui etapas precisas e complementares: uma avaliação visual minuciosa, seguida pela leitura aromática e, finalmente, pela prova sensorial completa. “O queijo precisa ter algo incomum, algo que evoque boas memórias”, explicou.

Para o francês Laurent Dubois, eleito o melhor queijeiro da França e hoje radicado em Paris, a vitória do gruyère suíço expressa o que o setor mais valoriza: equilíbrio. “O queijo deve corresponder à sua terra, ser harmonioso em aroma, textura e sabor. Nem muito curado, nem muito macio. Esse gruyère alcançou exatamente o ponto ideal.”

A edição deste ano também marcou um reencontro da Suíça com sua tradição no pódio. Apesar de já ter conquistado cinco títulos em anos anteriores, o país nunca havia recebido o evento.

O clima pré-alpino, as paisagens nevadas e a longa história na produção de queijos de qualidade foram amplamente celebrados pelos participantes. Para muitos, houve um simbolismo especial em coroar um gruyère justamente em seu lugar de origem.

John Farrand, diretor da Guild of Fine Food — organização britânica responsável pelos World Cheese Awards — destacou que a missão do concurso segue firme: dar visibilidade aos pequenos produtores ao redor do mundo.

Segundo ele, as décadas de 1970 e 1980 haviam distanciado o consumidor das noções fundamentais do campo: terra, leite, animal e fazenda. “O vínculo com a origem se perdeu por um tempo, mas o queijo nos reconecta a esse valor”, afirmou.

O gruyère campeão incorpora essa filosofia. Produzido em pequena escala, seguindo métodos que respeitam o pastoreio e a sazonalidade alpina, ele expressa o terroir de Gantrisch em sua forma mais clássica.

A textura firme porém cremosa, o aroma que remete a ervas e pasto fresco, e o sabor longo e persistente foram determinantes para sua pontuação máxima entre milhares de concorrentes.

A próxima edição dos World Cheese Awards já tem sede definida: será em Córdoba, na Andaluzia, reforçando a presença ibérica na rota mundial do queijo. Produtores, técnicos e consumidores esperam que a diversidade — já uma marca do evento — continue crescendo, abrindo portas para novas origens, novas histórias e novos campeões.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de UOL

Te puede interesar

Notas Relacionadas