A saúde intestinal desponta como o principal vetor de mudança no comportamento global de consumo para 2026, de acordo com novos dados apresentados pela Innova Market Insights.
A consultoria, reconhecida internacionalmente por monitorar movimentos de inovação no setor de alimentos e bebidas, revelou que o tema superou a onda da proteína e passou a ocupar o centro das decisões de compra.
No relatório anual Top Ten Food and Beverage Trends 2026, divulgado a partir de análises conduzidas com consumidores de diversas regiões, a Innova concluiu que existe uma transição clara na forma como o público entende bem-estar. Especialistas da empresa afirmam que o consumidor passou a privilegiar abordagens holísticas e funcionais — uma mudança que se intensifica à medida que cresce o interesse por ingredientes capazes de atuar diretamente no organismo.
Segundo o estudo, 59% dos consumidores globais consideram a saúde intestinal “muito importante para o bom funcionamento de todo o corpo”. Essa percepção amplia o espaço para produtos que entregam benefícios tangíveis, especialmente aqueles voltados ao microbioma, fibras, prebióticos e fermentados. Em nota, analistas da Innova destacaram que essa busca já se reflete na presença crescente de claims funcionais no lançamento de alimentos e bebidas.
A tendência que ocupou o segundo lugar no ranking foi chamada de “powerhouse protein”, expressão usada para descrever o interesse persistente por proteínas, mesmo que esse tema tenha perdido a liderança. A Innova reporta que cerca de 60% dos consumidores seguem buscando proteínas para apoiar saúde geral, performance e saciedade — porém agora dentro de um portfólio mais amplo de necessidades.
O terceiro movimento identificado pela consultoria recebeu o nome de “mind balance”. Essa categoria capta a procura crescente por soluções naturais para energia, foco, regulação emocional e alívio do estresse. Entre os exemplos citados pelos especialistas da Innova estão bebidas com compostos botânicos, snacks com ingredientes adaptogênicos e produtos desenhados para entregar benefícios cognitivos, especialmente entre adultos jovens.
Em quarto lugar aparece o que o relatório define como “authentic plant-based”, conceito que marca uma virada relevante na percepção do público em relação aos produtos de origem vegetal. De acordo com a Innova, os consumidores começam a ver o plant-based menos como substituto e mais como fonte real de nutrição. A análise indica um interesse maior por proteínas vegetais naturais e integrais, alinhadas a rótulos limpos, menor processamento e benefícios adicionais.
Já a quinta tendência mapeada para 2026 foi batizada de “beverage with purpose”. Aqui, o mercado de bebidas se consolida como líder em inovação de bem-estar, impulsionado pela praticidade, pela hidratação conveniente e pela capacidade de incorporar ingredientes funcionais com rapidez. A Innova observa que formatos líquidos permitem testar novos conceitos com agilidade, facilitando o lançamento de linhas voltadas a imunidade, foco, energia ou digestão — temas que conectam diretamente com a tendência número um do ranking.
De forma geral, o relatório reforça que 2026 será um ano marcado por escolhas mais conscientes e por uma leitura ampliada de saúde. Para analistas consultados pela Innova, a convergência entre funcionalidade, naturalidade e conveniência deve definir o ritmo de inovação no setor de alimentos e bebidas em escala global. A ascensão da saúde intestinal, apontam eles, não apenas muda prioridades, mas reposiciona os fundamentos da comunicação com o consumidor, abrindo espaço para novos ingredientes, categorias e narrativas.
A leitura estratégica do estudo sugere ainda que empresas que desejam acompanhar esse movimento precisarão intensificar pesquisas em microbioma, ampliar portfólios de produtos fermentados e fortalecer linhas ricas em fibras e prebióticos. O relatório conclui que a busca por bem-estar integrativo não é passageira: trata-se de um novo eixo de decisão que deve modificar o panorama competitivo e influenciar tanto produtos premium quanto opções de acesso massivo.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Dairy Processing






