ESPMEXENGBRAIND
6 dez 2025
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📌 Com o mercado ainda pressionado e falta de mão de obra, fazendas de Iowa revisam expectativas para 2026, apesar de uma colheita que trouxe algum alívio.
📌 Mercado incerto leva fazendas de Iowa a repensar custos e estratégias.
📌 Mercado incerto leva fazendas de Iowa a repensar custos e estratégias.

O mercado voltou ao centro das preocupações dos produtores de leite de Iowa, que encerram 2025 avaliando um ano de contrastes, segundo relatos de fazendas no noroeste do estado.

A produtora Christina Zuiderveen, de Sioux County, descreve um período marcado por bons sinais agronômicos, mas também por pressões que se intensificaram à medida que o setor se aproxima de 2026.

Zuiderveen afirma que a colheita de outono surpreendeu positivamente grande parte das operações leiteiras da região. As condições de campo evoluíram com agilidade e poucas interrupções, favorecidas por um período prolongado de clima estável.

Em algumas áreas, produtores relataram danos pontuais causados por ventos fortes e pela ferrugem, fatores que reduziram parte da produtividade. Ainda assim, ela destaca que o ritmo acelerado da colheita trouxe eficiência operacional e ajudou a equilibrar custos, especialmente após anos em que a seca limitava tanto o crescimento das pastagens quanto a qualidade das forragens.

As chuvas recentes também desempenharam papel determinante. Depois de várias temporadas marcadas por déficit hídrico, os volumes acumulados no fim de 2025 contribuíram para recuperar solos e oferecer uma base mais estável para a entrada no inverno.

“Ter umidade suficiente muda completamente o nível de confiança com que planejamos o próximo ciclo”, relatou Zuiderveen. Segundo ela, os produtores finalmente conseguiram romper a sequência de anos com estresse hídrico constante, o que já representa um avanço.

No entanto, o cenário muda quando o assunto é o mercado. Os preços continuam abaixo do ideal para cobrir os custos de produção, e a volatilidade associada a tarifas e disputas comerciais tem ampliado a insegurança nas projeções de médio e longo prazo.

Zuiderveen reconhece que a oscilação é parte natural das commodities, mas avalia que a falta de acordos estáveis com parceiros essenciais, como México e Canadá, amplia a incerteza mais do que o habitual.

A particularidade geográfica e demográfica de Iowa agrava o problema. Trata-se de um estado com alta densidade animal e população relativamente baixa, o que torna indispensável o escoamento da produção para outros mercados. Qualquer ruído nas relações comerciais afeta diretamente a competitividade e, muitas vezes, coloca operações inteiras no vermelho.

Por outro lado, Zuiderveen observa que países asiáticos e a Índia podem ampliar a demanda no médio prazo, caso consolidem um cenário econômico mais estável — uma possibilidade vista como positiva, mas ainda distante de uma garantia concreta.

Além das pressões de mercado, a mão de obra permanece como uma das maiores dificuldades do setor. A executiva destaca que, ao contrário de atividades sazonais, a bovinocultura leiteira opera 24 horas por dia, sete dias por semana. Vacas não interrompem partos, e as ordenhas precisam ocorrer sem falhas, o que inviabiliza a utilização de programas de trabalho temporário.

Alguns produtores tentam rotacionar funcionários por meio de classificações de curto prazo, mas o método tem se mostrado oneroso devido aos custos de treinamento constante, especialmente num setor que exige rígidos padrões de bem-estar animal e manejo qualificado. Programas de vistos para trabalhadores especializados suprem apenas parte da demanda e não resolvem a ausência de mão de obra em funções de entrada.

Zuiderveen também aponta que, embora o setor leiteiro às vezes receba menos atenção no debate agrícola mais amplo de Iowa, sua importância permanece vital para a economia regional. Ela ressalta que propriedades maiores, incluindo a de sua família, continuam sendo negócios essencialmente familiares, dependentes de sistemas eficientes para manter o leite acessível ao consumidor e, ao mesmo tempo, cumprir exigências sanitárias e produtivas cada vez mais exigentes.

Apesar das incertezas, a produtora mantém certo otimismo para 2026. Ela acredita que avanços em três frentes — mercados mais previsíveis, acordos comerciais reforçados e uma estrutura de trabalho mais confiável — podem fortalecer significativamente o horizonte dos produtores de Iowa. “Se conseguirmos estabilidade nesses pilares, teremos condições reais de crescer e nos adaptar”, afirmou.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de kmaland.com

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