Competitividade - Apesar de ser dono de bons índices de produtividade comparado ao restante do país, o Rio Grande do Sul ainda precisa extrair mais leite por animal.

Competitividade – Apesar de ser dono de bons índices de produtividade comparado ao restante do país, o Rio Grande do Sul ainda precisa extrair mais leite por animal. Esse é um consenso entre pesquisadores, economistas e lideranças do segmento leiteiro, que apontam que o aumento de produtividade no campo está diretamente ligado à maior competitividade do produto.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, explica que o segredo no campo é “diluir custos” e, para isso, é preciso “ter produtividade e escala de produção”. Além de conhecer seus custos, a indústria orienta o pecuarista de leite não só a buscar mais volume por animal, mas também a ter cuidado com a qualidade, outro fator determinante que ajuda na exportação. “A competitividade não está baseada somente em volume, mas em qualidade. Se o produtor tem uma boa genética trabalhada para o animal produzir mais sólidos e com produção maior e custo menor, eu vou, por exemplo, gastar menos volume de leite para fazer um quilo de queijo”, explica Guerra. A geração desses dados ajuda muito na tomada de decisão do produtor e, consequentemente, pode fazê-lo economizar. No Brasil, essas tecnologias são privilégio de grandes produtores e, por isso, podem ser caras em muitos casos. “O ideal era que elas fossem massificadas, pois na medida em que mais produtores aderem, elas vão ficando mais baratas”, acredita o pesquisador da Embrapa. Mas no Rio Grande do Sul, onde as propriedades que se dedicam à atividade são na sua maioria pequenas a de gestão familiar, falar em alta tecnologia ainda está longe do alcance de muitos por questões financeiras. “Essas tecnologias são para 20% dos produtores, aqueles pecuaristas que já têm alta produtividade”, reconhece Alexandre Guerra.

O presidente do Sindilat-RS afirma ainda que quem quer aumentar volume é obrigado a investir e não fazer isso representa exclusão. “Cada vez mais vai ter concentração de produção e isso é uma realidade, a lei da sobrevivência. É por isso que o governo tem que nos ajudar também a proteger mercado, senão muita gente vai ser excluída da atividade”.

Mesmo com o constante estímulo à maior produção, vale lembrar que o Rio Grande do Sul é dono de ótimos índices: dos cem municípios com melhor produtividade no país, 51 são gaúchos, segundo a Embrapa Gado de Leite. Em 2016, a produção anual por vaca foi de 3,1 mil litros, em média, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Minas Gerais, por exemplo, a produtividade média cai para 1,8 mil litros. O Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, mas não figura entre os maiores importadores e exportadores. No período 2000-2017, o Brasil foi o país que apresentou o segundo maior crescimento em produção do mundo: cresceu 65% e só perdeu para a Nova Zelândia. Metade deste crescimento ocorreu nos estados da região Sul (35,7%).

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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