Vale destacar que a manutenção das margens positivas não está condicionada apenas à elevação do preço recebido pelo leite, mas também à estratégia gerencial adotada pelo produtor.

 

Vale destacar que a manutenção das margens positivas não está condicionada apenas à elevação do preço recebido pelo leite, mas também à estratégia gerencial adotada pelo produtor.

 

Com a recente recuperação no preço do leite pago ao produtor, as margens da atividade aumentaram 12% no acumulado de janeiro e fevereiro de 2019. Na “média Brasil”, calculada pelo Cepea, que considera os estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP, o preço líquido em fevereiro foi de R$ 1,4146/litro, alta acumulada de 14,6% no primeiro bimestre de 2019. Esse é o maior patamar de preços para o mês de fevereiro desde 2005 (valores deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/19). A elevação no preço do leite está atrelada à oferta limitada no campo, em função da combinação de alto volume de chuvas no Sul e de precipitações abaixo da média histórica na região Sudeste, o que prejudicou a condição das pastagens.
 
Do lado dos custos, o Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os desembolsos correntes das propriedades, acumulou ligeira alta de 0,33% na “média Brasil” em 2019, sob influência das valorizações de 0,12% nos gastos com concentrado e de 4,02% com mão de obra (Gráfico 1). Esses dois componentes representam, em média, 57% dos custos das propriedades acompanhadas pelo Projeto Campo Futuro, realizado pela CNA em parceria com o Cepea. Outro fator que, em contrapartida, influenciou para amenizar a escalada do COE foi a redução de 3,28% com custos de adubos e corretivos. Esses insumos têm a formação de preço influenciada pelo dólar, que acumulou desvalorização de 4,12% frente ao Real no primeiro bimestre do ano.
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Gráfico 1. Variação acumulada na “média Brasil” para os grupos de adubos e corretivos, antibióticos, suplementação mineral, concentrado, mão de obra e Custo Operacional Efetivo (COE) no primeiro bimestre de 2019. Fonte: Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração: Cepea/Esalq-USP/CNA.
 
Com o aumento da receita e o leve aumento do COE neste início de 2019, a margem bruta da atividade leiteira (Margem Bruta = Receita – COE) se elevou em 12%, permitindo um melhor retorno econômico ao produtor (Gráfico 2). Trata-se de um momento de recuperação de caixa, visto que no fim de 2018 as margens foram pressionadas pelo aumento dos custos ao longo do ano e pela queda do preço do leite a partir de setembro. Em 2018, a escalada nos custos com adubos e corretivos, concentrado e suplementação mineral (25,7%, 13,7 e 6,0%, respectivamente) refletiu em um aumento de 7,6% no COE.
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Gráfico 2. Variação acumulada na “média Brasil” para o preço do leite pago ao produtor, Custo Operacional Efetivo (COE) e Margem Bruta no primeiro bimestre de 2019. Fonte: Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração: Cepea/ Esalq-USP/CNA.
 
Vale destacar que a manutenção das margens positivas não está condicionada apenas à elevação do preço recebido pelo leite, mas também à estratégia gerencial adotada pelo produtor, em termos, principalmente, de compra de insumos. Segundo levantamentos da Conab, estima-se que a safra atual de milho seja 15% maior que a anterior, o que poderia reduzir as cotações do cereal, que é insumo-base para a alimentação concentrada do rebanho leiteiro nacional. Por outro lado, as exportações aquecidas podem sustentar as cotações do grão até que a alta produção da segunda safra se efetive.
 
Assim como acontece com o milho, o preço da maioria dos insumos empregados na pecuária leiteira é ditado pelo mercado. Está fora do controle do produtor de leite. Dessa maneira, é necessário conhecer os custos de produção, que fornecerão parâmetros fundamentais para o planejamento da aquisição de insumos visando o controle de gastos e a geração de margens positivas.

A vaca é um dos animais mais importantes na produção de alimentos, sendo responsável por um dos itens mais consumidos no mundo: o leite.

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