Parceria com Instituto Mauro Borges
Um dos clamores do grupo de produtores é que haja ao menos, uma previsão do valor. Hoje, segundo Ribeiro um acordo foi firmado nesse sentido. “Hoje conseguimos uma das conquistas maiores nós buscavamos que a partir do dia 25 agora, que completa esse rito, numa reunião que vai acontecer no dia 23: todo o dia 25 será informado o preço que será pago no mês corrente, o que já é uma grande conquista”, exalta.Dados divulgados pela Faeg, em junho deste ano apontam que o preço do litro de leite variou entre R$ 1,05 a R$ 1,70. Em julho, o produto teve uma redução no valor de R$ 0,15 a R$ 0,45. Antes, esses valores eram publicizados poucos dias antes do pagamento feito pelo setor industrial.
A reunião desta quinta-feira visa mudar esse cenário e resultou em uma parceria entre produtores, indústrias e o Instituto Mauro Borges para a construção de uma agenda em conjunto. “Através do Instituto Mauro Borges será definido o preço de pauta do leite”, explicou o deputado.
Amauri disse que essa retirada de incentivo foi um fator preponderante para que o diálogo fosse estabelecido. “Isso deixou os laticínios bastante preocupados, então, o mais rápido possível eles prontamente quiseram sentar para resolver a situação”, afirmou.
Mercado Externo
Ele traça o cenário para o futuro e ressalta que é importante que o diálogo continue. Até porque o acordo entre Mercosul-União Européia está às portas: “Por enquanto [a Indústria de Leite] tá importando só leite em pó. E a hora que começar a importar o queijo? O iogurte? A manteiga? Como vai ficar esses laticínios? Deixamos bem claro isso e o governador Ronaldo Caiado fez questão de falar isso. Ao invés de ficar se ‘esglateando’ com o produtor, os laticínios têm que ser essa parceria com o produtor. Porque lá na frente quem vai defender os laticínios desse mercado externo que pode vir a querer entrar no país são os produtores que vão ajudar a defender essa entrada de produtos aí”, pontuou.Quem também comemorou o acordo foi José Renato Chiari, presidente da Comissão de Leite da Faeg. Ele pontua que o que foi estabelecido é algo positivo para os dois lados, até mesmo para a questão do acordo econômico Mercosul-União Européia: “Outra coisa que a gente finalizou é a necessidade da Indústria e do Produtor estar junto. Vai ter várias mudanças nos próximos anos, principalmente, pensando no mercado europeu, Mercosul e a gente precisa estar alinhado para desenvolver uma pauta para manter a atividade competitiva a nível mundial”, explicou.
Ele também disse que o setor produtivo já reivindicou que o pagamento pelo insumo seja realizado antecipadamente, mas vai ficar para depois. “Isso é algo que ainda será estudado”, explicou.
Por fim, não dá para se ficar com discursos diferentes. Chiari ressalta que é fundamental a parceria entre produtores e industriários: “O produtor pedindo uma coisa a indústria pedindo outra fica muito difícil de chegar a um consenso”, explicou.