Ao longo dos últimos três anos, a Embaré – laticínio de 84 anos, detentor da marca Camponesa, com sede e uma das fábricas em Lagoa da Prata, na região Centro-Oeste de Minas Gerais – investiu um valor total de R$ 40 milhões. A maior parte desse montante, R$ 25 milhões, foi para o lançamento de um queijo que começou a ser produzido no mês passado, e os outros R$ 15 milhões, foram para a nova unidade industrial, em Santo Antônio do Monte.
A decisão de investir em um novo produto, de acordo com o presidente da empresa, Alexandre Antunes, 64, se justifica pela inovação – é o primeiro queijo em caixinha do país: o queijo fresco Camponesa – e para conquistar novos mercados. Para isso, foram adquiridos novos equipamentos, com a adequação das plantas industriais e desenvolvimento tecnológico. “Esse tipo de queijo em caixinha já existe no Egito e no Equador. Há cinco anos, o presidente da Tetra Pak apresentou essa solução pra gente na Fispal. A princípio, ninguém comprou a ideia, mas ela ficou no radar, e, há três anos, começamos o desenvolvimento. Como se trata de um produto novo, que não existia no Brasil, fizemos todo um desenvolvimento no Ministério da Agricultura. Quisemos inovação, porque esse mercado vive de novidades”, conta Antunes.
Além disso, o executivo explica que esse novo queijo pode ficar na geladeira por 90 dias, devido à tecnologia da embalagem, enquanto o queijo frescal em pouco tempo já está deteriorado. “Estamos buscando hábitos saudáveis para o consumidor, e ainda tem todo o apelo ambiental da embalagem reciclável”, detalha o executivo.
Expansão e resultado. Com o início das atividades em junho deste ano, a fabrica de Santo Antônio do Monte está produzindo queijos tipo padrão, meia cura, muçarela e parmesão ralado. Antes de receber a marca Embaré, a área pertencia a uma cooperativa. Os R$ 15 milhões aplicados na nova planta industrial foram usados para a compra do ativo e para a adequação das instalações. Inicialmente, são 25 funcionários.
Com um faturamento de R$ 1,38 bilhão neste ano, Antunes está confiante em um crescimento de 10% a 12% em 2020, baseado na retomada da economia, no aumento de pontos de venda e em novos mercados no Brasil e no mercado mundial.
Tradição. A Embaré produz os tradicionais caramelos, que são hoje exportados para países dos cinco continentes. A iguaria feita em Minas está em 41 países.
Empresa capta leite de 1.800 produtores
O presidente da Embaré, Alexandre Antunes, conta que o principal produto da Embaré é o leite em pó da marca Camponesa, que tem várias apresentações e embalagens, entre UHT, linha desnatado, zero lactose. Ele cita ainda cremes, manteiga, leite condensado, bebida láctea, caramelos e, agora, queijos e requeijão.
Atualmente, a captação de leite da Embaré beira 2 milhões de litros por dia. Além de 1.800 produtores rurais, a empresa compra matéria-prima de cooperativas de leite e no mercado spot (transações em que a entrega da mercadoria é imediata, e o pagamento é feito à vista).
Para Antunes, aumentar os números é uma questão de uma resposta do mercado, que passou por recessão nos últimos anos. Mesmo assim, a empresa diversificou o portfólio e acreditou em nova alta do consumo.
Quanto à contratação de mais funcionários, Antunes diz que isso depende da demanda. “A probabilidade é que sim, se o mercado cresce, ele exige mais mão de obra”, afirma.
Quanto ao mercado externo, Antunes diz que o caramelo é o único item exportado pela Embaré. O produto representa 6% da empresa em mercado interno e externo. “Exportamos desde 1971, já passamos por muitos dólares. Agora, vai ser um ano de maior facilidade para melhorar a exportação”, acredita. (HL)