Representantes de produtores no Conseleite alegam que base de custos está superada
O coordenador do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS) e vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Alexandre Guerra, anunciou nesta terça-feira que os parâmetros utilizados pela Universidade de Passo Fundo (UPF) para calcular o valor de referência do leite pago ao produtor no Rio Grande do Sul vão mudar a partir de maio. A manifestação, em tom de esclarecimento, ocorreu depois de a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) ter emitido uma nota se mostrando contrária à divulgação do valor de abril, alegando que o preço foi elaborado usando uma base de custos de produção superada.
Na nota, a Fetag afirmou que seu veto vale para os próximos meses, enquanto o cálculo dos custos não for refeito. De acordo com a entidade, a desatualização faz com que o valor de referência fique menor do que o que está sendo praticado no campo e distante dos preços de Santa Catarina e Paraná. “Mesmo que não haja obrigação legal das indústrias em cumprir o preço estabelecido no Conselho, a defasagem causa confusão, passando a impressão que todos os meses as indústrias pagam ao produtor um valor maior que o divulgado”, diz o texto. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul acompanhou a Fetag e também não validou os dados apresentados na reunião de ontem do Conseleite.
Aprovado por maioria simples, o preço de referência do litro foi projetado para R$ 1,4330 em abril, valor 0,85% maior que o consolidado de março, de R$ 1,4209.
Guerra lembrou que era esperada uma reação do mercado, como tradicionalmente acontece nesta época do ano, que é período de entressafra. “Mas não é o que está acontecendo, estamos com retração puxada pelo cenário nacional”, disse, ponderando que a indústria também enfrenta alta de custos, que pode chegar até a 100%, dependendo do item.