Cristino Ferreira Rodrigues e a familia 05 06 21
Cristino Ferreira Rodrigues e a família, do Vale do São Domingos, em Mato Grosso, que vivem da produção do leite (Foto – Divulgação)

O leite é um alimento completo. Fornece cálcio, é rico em proteína e contém inúmeros nutrientes, como o magnésio e a vitamina B12, que contribuem para a redução de diversas doenças. Nesta semana que passou, 1º de junho, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) comemora o Dia Mundial do Leite.

A bovinocultura de leite está presente em todos os municípios. De acordo com o Censo Agropecuário 2017, o Brasil possui 1,1 milhão de propriedades leiteiras. Juntas, produzem cerca de 35 bilhões de litros de leite por ano, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019. A partir do leite uma série de derivados são produzidos, como queijo, manteiga, requeijão e iogurte, presentes no café da manhã, em receitas e, principalmente, na alimentação infanto-juvenil, participando do desenvolvimento e formação do organismo.

 

Assim como outras atividades produtivas, a pecuária de leite não é simples nem fácil. O supervisor da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) das cadeias de leite e corte do Senar Goiás, André Milhardes, afirmou que para ter sucesso na atividade, o pecuarista precisa estar atento aos manejos reprodutivo e sanitário dos animais e manter os custos operacionais da propriedade dentro das referências.

“De modo geral, a atividade leiteira tem suas complexidades em todas as etapas. Por exemplo, um bom manejo de cria e cuidados com o bezerreiro na fase inicial garantem um melhor desenvolvimento das fêmeas, que futuramente serão os animais produtivos. Atenção também para a recria, que bem conduzida, a novilha chega com a idade ideal de 24 meses no primeiro parto. Para as vacas em lactação, a atenção é para a nutrição correta”, explicou.

E para quem tem interesse em iniciar na atividade, o supervisor André Milhardes deu algumas dicas: “Busque capacitações, informações e conhecimentos com outros produtores que já estão na atividade; forneça água de qualidade aos animas; faça uma boa produção de volumoso na propriedade em quantidade e qualidade para passar o período seco sem surpresas; quando for adquirir animal para produção procure saber o histórico e forneça para os animais um ambiente com bom conforto térmico”.
Algumas propostas da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA) incluem: articulação de estratégias de seguros para a atividade; mecanismos de proteção às oscilações de mercado, de preços ou de custos; trabalhar estratégias de previsibilidade de mercado e indexação das cotações.

Outro tema importante que a Comissão tem trabalhado são as estratégias e o maior envolvimento em iniciativas de exportação de lácteos. “Precisamos alavancar as exportações brasileiras como uma forma de equilibrar a oferta e demanda e ter previsibilidade de preços”, disse o presidente Ronei Volpi.
Em 2020, o setor comemorou uma conquista importante para o enfrentamento da pandemia do coronavírus: laticínios com o Selo de Inspeção Federal (SIF) foram autorizados a comprar leite de pequenas indústrias com selos de inspeção estaduais ou municipais. A medida foi renovada até 31 de dezembro deste ano, uma vez que a continuidade da pandemia levou a novas restrições nos comércios em todo o país.