Os preços do leite pago ao produtor subiram pelo segundo mês consecutivo, com o peso da entressafra e clima adverso no Brasil Central e Centro Sul do país e, consequentemente, queda mais forte na produção.
Considerando a média ponderada dos 18 estados pesquisados pela Scot Consultoria, a alta foi de 3,8% no pagamento realizado em maio, referente a produção de abril.
Frente ao mesmo período do ano passado, o produtor está recebendo 44,7% mais esse ano. Veja na figura 1, a evolução do preço médio (média nacional ponderada) do leite ao produtor.
Figura 1.
Cotação média nacional ponderada do leite ao produtor – em R$/litro, sem o frete, valores nominais.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Com relação a produção de leite, na média nacional, houve queda de 7,1% no volume captado em abril desse ano, na comparação com o mês anterior.
Já o consumo doméstico, este se mostrou mais firme desde a segunda quinzena de abril, com o pagamento do auxílio emergencial, mas sem incrementos expressivos. A demanda está mais firme para produtos como os leites fluidos e o leite em pó, ao passo que a procura por produtos de maior valor agregado segue patinando.
Para o pagamento a ser realizado em junho/21 (produção entregue em maio/21), a expectativa é de alta no preço do leite pago ao produtor, com 56% dos laticínios pesquisados acreditando em aumento, 34% falando em manutenção e 10% estimando queda.
Somente nas regiões Nordeste e Sul, uma pequena parcela das indústrias estima queda (ligeira) no preço do leite pago ao produtor, em função dos incrementos esperados na produção com as chuvas melhores a partir de meados de maio nessas regiões e, no caso, dos estados do Sul, das pastagens de inverno, que sazonalmente impactam em uma maior oferta de leite nesse período.