A semana começou com os preços do milho retomando o caminho de altas no mercado físico brasileiro, após encerrar a última semana com o mercado mais calmo, conforme aponta o reporte diário da Radar Investimentos. 

Chicago reverte tendência e sobe neste início de semana, mas enxerga volatilidade pela frente

 

A semana começou com os preços do milho retomando o caminho de altas no mercado físico brasileiro, após encerrar a última semana com o mercado mais calmo, conforme aponta o reporte diário da Radar Investimentos.

Nesta segunda-feira (26), um levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou apenas valorizações, nas praças de Londrina/PR, Palma Sola/SC, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP e Campinas/SP.

Os trabalhos de colheita da segunda safra seguem avançando pelo país, mas ainda estão atrasados na comparação com as safras anteriores. A consultoria PÁTRIA AgroNegócios aponta que 44,32% das lavouras já foram colhidas, enquanto em 2020 este índice já era de 54,62%.

Já os dados da AgRural apontam que 39% do milho já foi colhido em Centro-Sul do Brasil, seguindo atrasado em relação aos 53% vistos em igual período do ano anterior.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que as preocupações com o clima nas regiões produtoras de milho do Brasil e dos Estados Unidos têm impulsionado as cotações do cereal, visto que as recentes geadas e as previsões de uma nova frente fria no BR e o clima seco e quente nos EUA podem reduzir o potencial produtivo das lavouras.

“Neste contexto, vendedores brasileiros estão reticentes em negociar a preços menores, reduzindo a liquidez interna”. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, os produtores no Brasil estão focados na colheita da segunda safra 2020/21, que segue atrasada em relação à temporada anterior em todas as regiões produtoras.

“Assim, agricultores priorizam as entregas dos lotes negociados antecipadamente, aguardando o avanço da colheita para contabilizar possíveis perdas de produtividade. Do lado dos consumidores, uma parte tem optado por aguardar as entregas e/ou um maior volume colhido para retornar aos negócios. No entanto, os que não têm mercadoria para o curto prazo têm aceitado os patamares pedidos por vendedores, que, em alguns casos, superam R$ 100/saca de 60 kg”.

Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou 2,7% entre 16 e 23 de julho, indo a R$ 99,99/sc de 60 kg na sexta-feira, 23, o maior valor nominal desde 31 de maio deste ano. De 1º a 23 de julho, o Indicador já acumula alta de 11,6%.

B3

Os preços internacionais do milho futuro também subiram na Bolsa Brasileira (B3) para começar a semana ultrapassando a barreira dos R$ 103,00 no vencimento janeiro/22 que subiu 2,48%. Outras elevações foram percebidas no setembro/21 que subiu 2,40% para R$ 102,04, no novembro/21 se valorizando 3,37% para R$ 102,34 e no março/22 que chegou aos R$ 102,80 subindo 2,17%.

Apesar das altas, o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que este movimento positivo está próximo do limite, uma vez que movimentos de importação buscando milho no mercado internacional começam a aparecer.

“Com esse câmbio e as cotações de Chicago está se conseguindo trazer milho à R$ 90,00 nos portos, chegando nas indústrias do Sul mais barato do que o milho nacional. Começa um alerta para o produtor que acha que o mercado vai seguir em alta sempre”, pontua.

Brandalizze explica que o limite do milho sempre foi o mercado externo de importação e quanto chega esse milho de fora. “A Argentina está precisando fazer caixa e está fazendo negócios. Nos próximos dias muitos negócios deverão ser feitos na Argentina e grandes compradores vão sair do mercado aqui dentro”, diz.

Para se ter uma ideia do crescimento deste movimento, os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior dão conta de que, nas quatro primeiras semanas de julho, o Brasil já importou 136.846,3 toneladas de milho contra 44.391,8 de todo julho de 2020. Na média diária de importações, o sétimo mês de 2021 elevou em 317% as importações do cereal na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Mercado Externo

Já no mercado internacional, os preços internacionais do milho futuro começaram o dia em baixa, refletindo um sentimento de queda de demanda dos grãos norte-americanos, mas se recuperaram e fecharam a segunda-feira subindo na Bolsa de Chicago (CBOT).

O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,48 com alta de 2,50 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,45 com elevação de 3,75 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,53 com ganho de 3,50 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,57 com valorização de 4,00 pontos.

Segundo informações do site internacional Successful Farming, os mercados agrícolas do CME Group reverteram para fechar em alta, ainda enraizada nas últimas previsões meteorológicas.

“Com a previsão de temperaturas quentes e secas para grande parte do Meio-Oeste, o mercado reluta em extrair muito prêmio de risco”, diz Britt O’Connell, ever.ag.

Outro fator que contribuiu para a reversão das posições foi o relatório de embarques do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que trouxe número dentro do esperado pelo mercado nesta segunda-feira.

Al Kluis, Kluis Advisors, acredita que os mercados de grãos continuarão agitados daqui para frente. “O padrão instável continua, os preços subiram em uma semana e caíram na outra. O relatório de progresso da safra do USDA mostrará as classificações de milho mais baixas do que na semana passada. Esta é uma janela de tempo importante para a produtividade do milho e avaliações mais baixas nesta época do ano começarão a reduzir os rendimentos de milho projetado”.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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