Fábio Pimentel é criador de búfalos e produtor de leite, queijos, manteiga e doce de leite de búfala na cidade de São João da Boa Vista, São Paulo. Ele, que nasceu em Santos e até chegou a competir em alguns campeonatos de surfe, optou por se graduar em Engenharia Agronômica, já que desde pequeno tinha uma grande paixão por cavalos. Aos 17 anos, ele abandonou a vida na praia e se mudou para a cidade de Pinhal, onde fez faculdade. Na sequência, seu avô adquiriu a propriedade em São João da Boa Vista, que hoje é de Fábio.
“Meu avô comprou uma propriedade rural aqui em São João da Boa Vista e nós viemos pra cá. No começo, tive gado de leite, tive verdura e tive confinamento.”
Bring Filmes | Julien Pereira
Foi quando um amigo de Fábio lhe apresentou a bubalinocultura. Ele então comprou algumas búfalas, iniciou a criação e, com o leite, aprendeu a fazer queijo artesanalmente. No início, ele tinha cinco animais que produziam diariamente 30 litros de leite, que eram usados para fazer seis queijos. O produtor conta que o começo na atividade não foi fácil.
“Quando eu trouxe as búfalas pra cá, as pessoas falavam: ‘Ele só pode ser de Santos, o cara é louco, esse bicho é bravo, vara a cerca e não dá leite’, mas o búfalo é dócil, é um animal produtivo e produz queijos deliciosos. Eu vim pra cá, comecei e continuei com o negócio. Meu laticínio é o quinto laticínio de búfala do Brasil, hoje nós temos mais de 300 laticínios com registro e toda hora estão abrindo novos, o búfalo se tornou uma realidade e hoje já faz parte do agro.”
Com o tempo, Fábio, que produzia os queijos artesanalmente e trocava sua produção por outros produtos no comércio da região, viu a necessidade de profissionalizar o negócio. Além de ser um grande apreciador dos derivados de búfala, como a muçarela, ele viu no mercado uma possibilidade, já que sua propriedade está localizada em uma região que tem o mesmo terruá de Nápoles, na Itália, onde são produzidos os melhores queijos de búfala do mundo. Foi então que ele montou o próprio laticínio.
“Eu fazia queijo artesanalmente e, depois disso, resolvi profissionalizar. Acho que a gente tem que sempre melhorar, procurar inspeção, pois é importante você ter um produto com inspeção e rastreabilidade. Nós temos o laticínio artesanal com Selo Arte, que nos permite vender no Brasil inteiro. Eu sempre gostei de trabalhar certo, acho que as pessoas têm que trabalhar certo e seguir o caminho. Assim nós montamos o laticínio, começamos pequenininho, mas ampliando toda hora, todo dinheiro que vinha do laticínio, a gente colocava de volta no negócio.”
Fábio gosta de ressaltar o quanto ama o que faz e o quanto tem um grande carinho pelos animais bubalinos, mesmo havendo uma superstição de que o búfalo é bravo. Pensando em desmistificar isso, ele aposta não só na venda dos produtos, mas também em oferecer uma experiência para seus clientes, pois deseja que as pessoas que tenham algum contato com os produtos provenientes do leite de búfala também possam sentir o mesmo que ele.
Bring Filmes | Julien Pereira
“O nosso queijo é feito seguindo a receita italiana e as pessoas vêm aqui conhecer, têm a oportunidade [de ter contato com os animais] e é aquilo que eu falei, a gente não vende queijo, vende uma experiência. Quando você vê, você tem contato com os animais, você tem contato com queijo feito na hora, você prova o queijo e você vai lembrar para sempre de quando esteve em um lugar que te proporcionou isso.”
Além da preocupação com a qualidade, Fábio também não deixa de olhar para a sustentabilidade. Atualmente, na propriedade, há um sistema de energia fotovoltaica, que alimenta o sistema de irrigação, que usa os dejetos coletados e tratados. O esterco e a lavagem das pastagens também são aplicados nos pastos e áreas de cultivo.
“Sou formado há 30 anos e quando eu saí da faculdade, a gente olhava a agricultura de outra forma, com muita química. Mas a cabeça do produtor foi mudando e a minha mudou muito, a gente percebe que tem que deixar um mundo melhor. Quanto mais nós conseguirmos produzir sem destruir, buscando o equilíbrio, não é 100% orgânico, nem 100% químico, é equilíbrio, e nós vamos conseguindo isso sempre melhorando, aprendendo novas experiências e novas coisas. (…) Então nós estamos tentando causar o mínimo de impacto ambiental que nós conseguimos.”
Para o produtor de búfalos, a tecnologia é essencial, principalmente para diminuir os custos da propriedade.
“Produzir é muito caro, então você tem que ter o máximo de eficiência. Se você não tiver o máximo de eficiência, se torna inviável, a alimentação é cara, o adubo é caro. O trato do gado é feito em um equipamento que tem uma balança, em que é balanceado exatamente quantos quilos de ração e quantos quilos de capim cada animal vai comer. Nós temos um controle diário de produção de leite e toda a ordenha é mecanizada. Nós temos o máximo de tecnologia que podemos alcançar.”
O carro do produtor rural é essencial para o sucesso do trabalho no campo. É por isso que Fábio escolheu a Chevrolet S10 High Country, que permite não só passar pelos terrenos mais difíceis, como também levar qualquer tipo de carga na caçamba.
Bring Filmes | Julien Pereira
“Eu não vejo um produtor rural que não tenha uma Chevrolet S10. É um carro que tem conforto, tem ar-condicionado, tem navegador, som, trava, ABS, airbag e todo equipamento que você precisa para estar em segurança, além do 4×4 que é muito importante. No meu dia a dia, eu preciso do 4×4, porque o trabalho no agro não escolhe se está sol, se está chuva, se vai ter barro, se eu vou andar no asfalto, [independente disso] eu tenho que chegar. Por conta da caçamba da Chevrolet S10, você pode levar adubo, eu posso levar leite, ração, sal, semente, peça para uma máquina que quebra, então é muito importante ter uma Chevrolet S10 na produção.”
A motivação diária de Fábio é saber que a bubalinocultura gera empregos e renda não só para ele, mas também para outras mais de 30 pessoas da equipe.
“O que me motiva a vir todo dia trabalhar é a responsabilidade que eu tenho com as pessoas da equipe. Todo mundo tem que comer, todo mundo tem que pagar conta, todo mundo tem que viver e isso é gerado daquilo que nós produzimos todo dia, do comprometimento que todo mundo tem com o trabalho e com a produção, porque o compromisso com búfala e com vaca é todo dia, tem que dar comida, tem que tratar, tirar leite e isso aí acaba gerando o empenho de todo mundo que está junto.”
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Nome: Fábio Henrique Pimentel
Idade: 53 anos
Cidade e estado: São João da Boa Vista, São Paulo
Com o que trabalha no agro? Búfalo, leite de búfala e derivados de leite de búfala
Produtividade: Leite: 1.700 mil litros/dia, 350 kg de queijo/dia