Consultoria tecnológica do Sebrae auxilia na criação de plataforma de e-commerce para a empresa de laticínios.
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foto: Divulgação

Empresas familiares com produção artesanal podem virar cases de sucesso com qualidade técnica e ganhos de escala. Com busca por conhecimentos científicos, acesso a novas tecnologias e inserção digital, essa foi a transformação de uma queijaria catarinense criada por uma família de gaúchos, a Laticínios Perosa.

A fábrica hoje opera com 50% da capacidade, que é de 500 litros de leite processados por dia, mas a meta é atingir 1000 litros por dia até o final do ano e faturar cem mil reais por mês até o mesmo prazo, ao ampliar os mercados para o Rio Grande do Sul, aumentar abrangência para o Paraná e o litoral catarinense. Municípios como Guarapuava, Maringá, Passo Fundo, além daqueles do oeste catarinense, Balneário Camboriú, Brusque e Florianópolis estão entre os mercados atendidos atualmente.

Construção familiar

Naturais de Nova Araçá, Darci Pedro Perosa e Inelva Ranzan Perosa se mudaram para Santa Catarina no ano de 1986 e passaram a ter como lar o município de Iraceminha, na época distrito de Cunha Porã. De lá, trouxeram a experiência na atividade agropecuária, incluindo a produção leiteira, que sempre foi transformada em deliciosos queijos, tudo de forma artesanal. Muitos eram consumidos frescos e outros guardados para maturação.

Em 2000, a família construiu a primeira planta para processamento de queijos, na época, muçarela e provolone, a partir do leite do rebanho da raça Jersey, com melhor sabor e maiores percentuais de proteína, o que ajuda a aprimorar os resultados na produção de manteiga, iogurtes, queijos e afins. Inelva, a mestre queijeira, cultivava os conhecimentos de sua mãe, e passou os ensinamentos para o filho Diego, que se qualificou para se tornar o responsável técnico, com graduação em Engenharia de Alimentos e mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Em 2011, com o falecimento do pai, Darci, a produção parou e a queijaria ficou fechada até 2018. Naquele ano, Diego pediu à mãe que autorizasse o retorno das atividades e o queijo colonial foi a primeira receita produzida após a reabertura, mas a família não parou por aí.

Transformação física e digital

Com a grande aceitação dos produtos, era a hora de modernizar. Diego transformou o que era um hobby em um empreendimento viável. Segundo Perosa, o primeiro passo foi o desenvolvimento de identidade visual, além do registro de marca e domínios da internet. O engenheiro viajou para queijarias da Itália e França para buscar referências e trazer novas técnicas de produção para o Brasil.

Uma grande reforma nas estruturas possibilitou a ampliação da produção, que passou para mil litros de leite por dia, visando oferecer delícias em queijos coloniais, parmesão, maturados, de massa filada e doce de leite. Mas a qualificação contou com auxílio de metodologias do Sebrae, que impulsionaram as mudanças.

A companhia já participou de diversas ações do Sebrae, em destaque o Sebraetec, no programa Brasil Mais. Além disso, também contou com consultoria tecnológica do Sebraetec, que proporcionou o desenvolvimento do site da empresa.

“Montamos todo o e-commerce da empresa via Sebrae. Foi muito bom, porque conseguimos, por um custo muito baixo, e ainda parcelamos os valores. Pudemos desenvolver uma plataforma bem bacana para trabalhar – conta Diego Perosa, o atual proprietário”.

e-commerce vem conquistando importância dentro do negócio, tendo em vista que não havia esse canal de vendas disponível antes. Além disso, por meio de consultoria também do Sebrae, a companhia elaborou a precificação dos produtos.

“Agora precificamos o produto dentro do valor correto do mercado, sem esquecer de nenhum custo da produção, para no final do mês, não ter nenhuma surpresa. Hoje também participamos de um outro programa do Sebrae, em que ganhamos um subsídio considerável. Conseguimos levar amostras do produto para análise de laboratório em Chapecó e temos todo o controle de qualidade da produção”, completa.

Com a precificação feita de acordo com os custos e oportunidades desse processo produtivo e a ferramenta que possibilita maior acesso aos consumidores finais, a meta agora é ampliar os mercados.

Parceria para digitalização e produtividade

A Laticínios Perosa contou com auxílio das ferramentas oferecidas pelo Sebrae/SC para otimizar os processos, elevar a produtividade e promover a digitalização das vendas. O Sebraetec é realizado nacionalmente para atender empresas com necessidades na área tecnológica, aproximando os clientes, que são as empresas, das instituições ou companhias prestadoras de serviços. Segundo Carine Ribeiro, analista de atendimento do Sebrae, o programa é voltado a micro e pequenas empresas e cada unidade federativa pode trabalhar o Sebraetec de uma forma.

“Em Santa Catarina, nós trabalhamos o Sebraetec com aporte de até 70% de subsídio. Então a empresa pode ter acesso à consultoria. A demanda é cadastrada no sistema que possui todas as instituições e empresas que prestam serviços e são credenciadas ao Sebraetec. As empresas passam uma cotação de proposta e o empresário escolhe o fornecedor”.

Segundo a especialista do Sebrae, após a pandemia, aumentou a demanda de empresas da área rural para iniciativas que auxiliem no desenvolvimento de plataformas tecnológicas visando o processo de vendas via e-commerce e também adequações para a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

“O agro é muito forte. Temos consultorias que estão sendo desenvolvidas para leite, ovinocultura, apicultura, vitivinicultura. É uma forma de nós levarmos tecnologia e consultoria tecnológica para dentro da propriedade rural. Assim, fomentar a atividade e manter o produtor dentro da propriedade. É uma das consultorias que mais traz retorno para as empresas. Eles conseguem melhorar os processos, entregar o produto com melhor acabamento, um valor agregado maior, é possível desenvolver produtos e serviços novos, agregando na produtividade e na qualidade do produto entregue”.

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