O fortalecimento do mercado leiteiro através de medidas de apoio fiscal, conforme o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, sempre foi descartado pelo governo federal sob a alegação de que feriria acordos firmados pelo Mercosul.
“O que defendemos é que os países vizinhos, ao adotarem políticas de incentivo, acabaram por abrir um precedente para que o Brasil possa efetivamente olhar a questão novamente, de outra forma”, disse Palharini. Segundo ele, o Sindilat está fazendo um estudo sobre os benefícios concedidos à indústria na Argentina e aos pequenos produtores no Uruguai.
Marcos Oderich, vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado do RS (Ciergs), acrescentou que a falta de unificação das legislações sobre rotulagem de produtos também é um entrave aos negócios no Mercosul. “Na parte dos produtos de alimentação, temos três legislações distintas, com exigências diferentes como para as informações nutricionais. Não há equalização e precisamos fazer uma rotulagem para cada país, aumentando os custos na indústria.”
De acordo com o secretário Ernani Polo, as demandas serão apresentadas em agendas que estão sendo construídas com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e com o de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “Vamos estabelecer uma dinâmica para que a pasta do Desenvolvimento Econômico atue de forma transversal e integrada com as demais estruturas do Estado e da União para dinamizar o fortalecimento de todos os setores produtivos gaúchos, buscando a atração de investimentos e a abertura de mercados.”
No encontro, que ocorreu na quarta-feira (15) na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, integrantes do Conagro e o representante do governo gaúcho acertaram manter uma rotina de encontros para dar seguimento às pautas que foram destacadas. Também incluíram a necessidade de medidas de combate à estiagem, a fim de garantir a produção de insumos, como o milho, para a cadeia de proteína.
“São temas de desenvolvimento e de sobrevivência. Vamos fazer o possível para avançar através de um trabalho conjunto”, ressaltou Alexandre Guerra, coordenador do Conagro e vice-presidente do Sindilat.