Do lado da oferta, a preocupação se volta para as elevadas importações, que têm gerado pressões baixistas nos preços.
Nos três primeiros meses do ano, o volume de importações fechou em 506 milhões de litros de leite, e em março foram importados 203 milhões de litros, o que representa cerca de 10% da produção inspecionada do Brasil.
Por outro lado, a sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, com os meses de abril, maio e junho sendo aqueles de menor produção de leite, o que acabou refletindo nos preços neste momento.
Nos últimos trinta dias, observa-se valorização no mercado atacadista e no mercado Spot.
O leite UHT registrou alta de 10% nos últimos quinze dias finalizados em 11 de abril, e no mercado de queijo muçarela, houve elevação de 4,6% no mesmo período.
O leite no mercado Spot também reagiu, subindo 8,4% em Minas Gerais, na primeira quinzena de abril ante a segunda de março, de acordo com levantamentos do Cepea. A entressafra deu fôlego para a alta recente dos preços de leite e derivados, e o custo de produção tem ficado relativamente mais estável.
O momento ainda é de incerteza, com complicações no cenário econômico global e preços internacionais dos lácteos mais baixos. Internamente, a valorização do real frente ao dólar e maior competitividade do produto importado podem colocar dúvidas sobre a sustentação dos preços no mercado brasileiro, sobretudo a partir de julho/agosto, quando a produção doméstica começa.
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