Profissional assumiu o cargo de CMO global em abril. NotCo, o unicórnio chileno lançou campanha para cutucar a concorrente por trás do YoPro, instigando o público a comparar as tabelas nutricionais das bebidas proteicas.
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o unicórnio chileno atua em 12 países atualmente: Brasil, Argentina, Chile, México, Estados Unidos, Canadá, Peru, Paraguai, Equador, Colômbia, Austrália e Bolívia.
A foodtech NotCo está disposta a ganhar terreno no Brasil. Para isso, colocou na rua uma campanha de marketing de guerrilha para chamar atenção para o seu produto da categoria de bebidas proteicas.

A startup chilena projetou uma imagem na empena do prédio em frente aos escritórios da Danone – empresa por trás do produto concorrente YoPro – na Avenida Paulista, em São Paulo, instigando os consumidores a comparar as tabelas nutricionais das bebidas.

“Não estou começando algo novo, temos um time de marketing muito forte no Brasil, mas vamos fazer ações assim com mais frequência para que as pessoas nos notem. Por sermos uma startup, temos muito terreno para ganhar.

Somos uma marca desafiadora, com tecnologia melhor do que a concorrência e precisamos chamar atenção para isso para crescer”, afirma Fernando Machado, CMO global da NotCo.

Conhecido pelas campanhas que supervisionou para o Burger King, como McWhopper e Whopper mofado – que provocavam o concorrente McDonald’s –, o profissional assumiu o cargo no unicórnio chileno em abril deste ano, vindo da Activision Blizzard, de games.

“O tipo de marketing que sempre tentei fazer é disruptivo, tentando quebrar regras. Hoje em dia, em um mundo com tanto estímulo para o consumidor, o importante é ser notado. Todo o trabalho que fiz e me orgulho não dependeu de uma verba gigante”, declara.

Em entrevista a PEGN, Machado contou que conheceu a NotCo há cerca de quatro anos, quando ainda estava no Burger King, por sugestão de Iuri Miranda, CEO da rede de fast-food no Brasil na época.

Ele se interessou pela proposta e seguiu a startup nas redes sociais, chegando a conversar com o CEO e fundador, Matías Muchnick, para elogiar uma propaganda.

No fim do ano passado, ficou sabendo por um contato em comum que a foodtech estava reformulando o departamento de marketing e aceitou o desafio. “Eu nunca havia trabalhado em startup, mas existe uma mentalidade ambiciosa, criativa, e a NotCo é uma empresa pré-IPO”, conta.

Observando o crescimento do segmento de bebidas proteicas no Brasil, a foodtech já havia planejado uma atenção especial para o NotMilk High Protein para este ano no país.

Machado revela que a ideia para a comparação da tabela nutricional surgiu em uma reunião de briefing, quando foram discutidas as vantagens que o produto plant-based tinha em relação aos concorrentes.

“O market share da concorrência é muito maior, então para mim era crucial chamar atenção para a diferença relevante na proporção de carboidratos e proteínas dos produtos, ainda mais em uma bebida funcional”, diz.

A agência escolhida para tocar o projeto foi a GUT. “Tentamos sempre fazer de forma bem-humorada, atrevida, surpreendente, para que as pessoas notem as mensagens.

Fazer algo que as pessoas não vejam é jogar dinheiro fora e, como startup, não tenho muito dinheiro, então temos que explorar o lado criativo. Se eu fosse gigante, talvez doesse menos”, afirma, acrescentando que a NotCo vê a categoria como ferramenta chave para atingir outro nível de faturamento e conhecimento de marca no Brasil.

Segundo Machado, esse é apenas o início das ações planejadas para essa divulgação. Ele não revelou os próximos passos, mas declarou que a empresa vai investir na operação local.

Ao todo, o unicórnio chileno atua em 12 países atualmente: Brasil, Argentina, Chile, México, Estados Unidos, Canadá, Peru, Paraguai, Equador, Colômbia, Austrália e Bolívia. Além das bebidas proteicas, a startup conta com um portfólio com itens como leite, creme de leite, hambúrguer, frango e maionese, todos à base de plantas*.

No início de junho, a startup foi proibida de usar a marca NotMilk e fazer qualquer alusão ao leite no Chile, após perder em primeira instância um processo de concorrência desleal aberto pela Associação de Produtores de Leite da Região de Los Ríos.

A empresa entrou com um recurso, mas aguarda o andamento do processo. O trâmite judicial, que teve início em 2020, virou tema de peça de marketing no Chile, como explica Machado: “Sempre tentamos transformar os limões em limonada. Capitalizar em cima de algo que está tomando tempo e que não é tão bom a princípio. Tentamos aproveitar para fazer campanhas que gerem amor para a marca, que tem muitos fãs no Chile”, finaliza.

 

*Nota do editor do eDairyNews:

Na nossa opinião, não é correto chamar aos produtos à base de plantas leite, lacticínios em geral, carne ou hambúrguer.

 

 

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