A Argentina é o 1º (56%), e o Uruguai o 2º (34%) fornecedor de leite para o Brasil. Durante os primeiros meses de 2023, o Brasil importou U$S 350,5 milhões, um aumento de 292,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
leite
O governo brasileiro, em conjunto com a indústria de lacticínios, está a considerar restringir as importações de lacticínios do Uruguai e da Argentina para salvaguardar a sua indústria nacional.

O Brasil continua a ser o principal destino do leite de Uruguay e Argentina, em grande parte devido à aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 28% aos produtos lácteos de outras origens, o que torna estes produtos pouco competitivos no mercado brasileiro.

O défice de produtos lácteos no Brasil leva-o a aumentar os volumes de importação, a comprar maiores volumes e a oferecer melhores preços à Argentina e ao Uruguai, os seus principais fornecedores.

Desde dezembro do ano passado, o valor médio das exportações para o Brasil tem-se mantido estável em cerca de 3.800 dólares por tonelada. Na primeira quinzena de junho, o valor médio foi de US$ 3.872 por tonelada, cerca de US$ 100 acima do preço de venda para a Argélia.

De acordo com o MilkPoint, para os próximos meses, mesmo com a redução esperada das importações, devido à queda dos preços no mercado brasileiro e a conseqüente redução da competitividade dos volumes importados, a disponibilidade de leite deve apresentar um crescimento em relação ao primeiro semestre do ano, devido ao aumento sazonal da produção.

Esta situação poderá alterar a tendência para o segundo semestre do ano.
O governo brasileiro, juntamente com a indústria de lacticínios, está a analisar a possibilidade de restringir as importações de lacticínios do Uruguai e da Argentina, para salvaguardar a sua indústria nacional.

Os produtores brasileiros enfrentam um duplo desafio: efeitos climáticos e pressão das importações

Os produtores do sul do Brasil estão atentos e preocupados com o impacto das importações. Os seus custos de produção estão a aumentar, o preço do seu leite está a baixar e esta concorrência brutal está a virar a rentabilidade do seu negócio de pernas para o ar. Exigem proteção do seu governo.

A economia da região está em risco, uma vez que a produção de leite desempenha um papel fundamental na criação de emprego e no comércio local.

A agravar uma situação já difícil, os efeitos das recentes secas afectaram a produção, provocando uma escassez de alimentos para o gado.

Medidas proteccionistas previstas

Espera-se que as autoridades estejam atentas a estas realidades e adoptem medidas para proteger os produtores locais, preservando o emprego e a economia rural.

Essas medidas poderiam incluir políticas de incentivo e apoio aos produtores de leite do Rio Grande do Sul, como a redução de impostos e taxas, a disponibilização de recursos e assistência técnica para melhorar a eficiência da produção e, assim, reduzir os custos de produção.

Seria também muito útil sensibilizar os consumidores para a importância de valorizar e apoiar a produção local de leite, que, de um modo geral, tem vindo a diminuir a nível nacional, através de campanhas publicitárias que incentivem o consumo de produtos nacionais, realçando a qualidade e o valor socioeconómico da escolha de produtos locais.

Por que razão não é fácil aplicar políticas proteccionistas?

No contexto atual, as medidas governamentais de proteção parecem apresentar complicações, uma vez que as taxas violam o acordo do Mercosul.

A possibilidade de acordos entre países, tais como a limitação das quantidades importadas, como aconteceu anteriormente com a Argentina, parece menos provável neste momento.

Uma das questões em jogo é o interesse do governo brasileiro em manter boas relações com os países vizinhos, como parte da sua estratégia para se posicionar como um importante ator político regional.

Não menos importante, a atual prioridade do Governo brasileiro é a redução das taxas de juro, e a redução contínua da inflação desempenha um papel fundamental neste contexto, pelo que medidas que possam aumentar a inflação, como dificultar a entrada de leite mais barato no país, não serão facilmente aplicadas.

 

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MAS VENTAS. MENOS COSTOS. MAS FACIL

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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