Para tentar traçar um mapa do queijo, seus sabores e histórias, a EPTV Sul de Minas produziu uma série especial. “Entre Serras e Queijos” mostra, em quatro episódios de 23 minutos, um pouco do mundo do queijo. E já é muito.

As gravações começaram em novembro de 2022. Até o produto pronto foram quase 11 meses. A equipe percorreu várias regiões de Minas, o interior de São Paulo e Portugal.

Maior do mundo

O repórter Velber Viana vai conduzir a saborosa história dos queijos. Ele conheceu o maior queijo do mundo, um senhor Minas padrão de 2.727 quilos, na cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce.

Mais queijo do que gente

Passou uma semana em Alagoa, acompanhado do repórter cinematográfico Devanir Gino. Lá descobriu que a cidade de 2.700 habitantes produz 3.000 quilos de queijo por dia. É mais queijo do que gente. E tem outras hitórias interessantes: “Eles estão pleiteando a denominação de origem. O queijo lá é tão importante, que virou até moeda de troca. Tem um rapaz que trocou uma caminhonete por queijo”, conta.

Um produtor guardou queijo no porão da casa dele e descobriu um fungo, que resultou em um queijo com maturação especial. Outro guarda queijo no cofre.

E os correios de Alagoa não recebem mais cartas. Agora é só queijo que vai para cidades do país todo.

No Campo das Vertentes eles experimentaram o Queijo do Reino. Velber conta que é um Edam (originalmente um queijo holandês produzido com leite de vaca e de cabra) que ganhou esse nome porque quase toda a produção era comprada pela Corte Imperial. Atualmente 90% da produção vai pra o Nordeste. “Isso devido à dominação holandesa, que fez com que as pessoas se acostumassem com o queijo”.

Mais lugares

A dupla também foi, lógico, ao Mercadão Central de BH. Entrevistaram um professor da UFMG que estuda os diferentes tipos de queijo e maturações. Visitaram ainda o Serro (na Serra do Espinhaço), a Serra da Canastra e o nosso Sul de Minas.

Portugal

A equipe visitou Portugal, onde mostraram principalmente o Serra da Estrela, um queijo macio e amanteigado (que infelizmente custa caro demais aqui no Brasil). “Vimos paisagens lindas, tem a história do cachorro que pastoreia as ovelhas, a Flor do Cardo, que é o coagulante usado por eles. Nós usamos coalho industrializado, de origem animal”.

Só em Portugal, rodaram 2.300 km.

Os portugueses

A série tem também momentos engraçados. No exterior Velber descobriu como os portugueses são literais. “Fui em uma lanchonete, estava cheio de salgados. Apontei para um salgado e perguntei se ele tinha fiambre (um tipo de presunto). O rapaz respondeu que não e ficou me olhando. Aí perguntei se algum outro salgado tinha fiambre. Ele mostrou uns cinco. Se você não pergunta exatamente o que quer saber, eles não falam”.

“Perguntei se era tipo uma fatia de bolo. Ele respondeu: ‘Não, de queijo’”.

Três ingredientes

O repórter já gostava de queijo, mas não era fã. “Hoje não consigo tomar café de manhã sem um pedaço de queijo. Gosto mais dos queijos maturados. E é um excelente acompanhamento para um vinho, uma cerveja. Me apaixonei”.

O que mais o impressionou foi o seguinte: “Como um produto que leva apenas três ingredientes, leite, sal e coagulante, pode ter uma variedade de sabores? Brie, camembert, Edam, feta, Minas. É muita história, muito material que dá pra fazer, tranquilamente, mais duas, três temporadas”.

Começa sábado

Gostou? Assista então. Começa neste sábado (7/10), às 15h20 (logo depois do Terra da Gente e do Mais Caminhos.

Entre Serras e Queijos foi idealizado e dirigido pelo jornalista Pedro Aurélio, com edição de Luciano Firmino e produção de Régis Melo, além da reportagem de Velber Viana e imagens de Devanir Gino. É uma produção sul-mineira, mas vai ser transmitida para as quatro praças da EPTV (inclusive São Paulo).

Agora que terminei o texto, vou tomar um café com uma fatia de queijo Minas. Bora assistir!