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18 dez 2024
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O processamento dos alimentos enfrenta um contexto de desinformação, marcado por mensagens que circulam em redes sociais sobre questões como os aditivos, enquanto que a comunidade científica busca uma definição comum que permita lançar as bases para acabar com a controvérsia.
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Um dos pontos mais importantes na hora de falar dos alimentos processados e da desinformação que existe em torno deles.
O fórum Nutrição Sensata, organizado pela Federação Espanhola das Indústrias de Alimentação e Bebidas (FIAB) discutiu durante uma mesa redonda o tema “um olhar integral sobre o processamento” os desafios enfrentados pela indústria para colocar um freio na desinformação em torno destes processos.

“Ter tanta informação de forma tão acessível faz pensar um pouco”, afirmou a professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Politécnica de Valência, Purificación García, em sua intervenção durante a mesa redonda.

Segundo García, as pessoas perderam a “capacidade crítica”, dando lugar a mensagens que se transmitem através das redes sociais, mais “chamativas” e “visuais”, sobre o processamento dos alimentos, tomando o espaço da informação científica e a análise dos próprios consumidores.

Diante da desinformação que circula nas redes sociais, García esclareceu que processar alimentos é, simplesmente, “transformá-los”, e este mecanismo faz com que os produtos sejam mais fáceis de mastigar, de digerir e facilitar a absorção de nutrientes.

Nesta mesma linha falou o Doutor em Química e professor titular do Basque Culinary Center, Juan Carlos Arboleya, destacando que as redes sociais têm “um lado ruim” já que dão “foco” a pessoas que não deveria ter, com uma capacidade de marketing “maior”, capaz de chegar a mais usuários.

Para enfrentar a capacidade de audiência deste tipo de perfil, Arboleya explicou que “uma parte da ciência” se deu conta de que se aliar a pessoas “mais glamurosas” como é o mundo da culinária, pode oferecer mensagens mais positivas sobre o processamento dos alimentos, com uma análise mais profunda.

Ao mundo científico falta “coerência

Um dos pontos mais importantes na hora de falar dos alimentos processados e da desinformação que existe em torno deles é a “controvérsia” que também permeia a comunidade científica, falta de “coerência” em torno da própria definição do conceito.

Assim explicou o professor de Nutrição e Bromatologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Complutense de Madrid, Montaña Cámara: em todo o mundo, existem uns sete sistemas diferentes para catalogar e definir o processado.

Como exemplo, Cámara falou do Brasil, onde o processamento dos alimentos é fixado com base no maior ou menor grau do próprio processo, e o caso da França, país atento à formulação e o número de componentes do processado.

Outras definições atribuem o caráter de processado aos aditivos, um fator que, segundo ressaltou, está “regulamentado” de forma constante e seu uso na alimentação é “adequado”.

Para combater toda essa desinformação, o rótulo dos alimentos tem um papel essencial, já que oferece uma compra “esclarecida” aos consumidores.

Segundo explicou durante a mesa redonda a pesquisadora em Qualidade e Segurança Alimentar e Agroambiental (Ciagro), María José Frutos, existe um “grande abismo” entre a ciência e a comunicação.

Todos os participantes concordaram em valorizar o processamento dos alimentos como um fator chave na hora de criar produtos que se adaptem às necessidades dos consumidores.

A sociedade em geral enfrenta um momento no qual a população cresce em um grande ritmo e, com ela, as desigualdades provocadas por parte da sociedade que não tem acesso à alimentação saudável.

Por isso, durante a mesa redonda também foi manifestado o papel do processamento dos alimentos como ferramenta para lutar contra o desperdício e como uma oportunidade para tornar mais acessíveis esses produtos a comunidades com menor renda.

 

 

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