Município se destaca como produtor de queijos artesanais e promove o turismo de experiência.
O principal objetivo do APL do queijo é apoiar quem já está produzindo e incentivar novos produtores a iniciar a atividade.
O município de Valença adiciona mais um motivo para atrair visitantes: a recém-instituída Rota do Queijo, agora, apoiada pela Secretaria de Turismo (Setur-RJ).

A jornada gastronômica faz parte do catálogo de informações turísticas fluminenses, disponível no site oficial e no Guia de Turismo Rural do Vale do Café. Localizada em uma das maiores bacias leiteiras do Rio de Janeiro, Valença orgulha-se de suas tradições, onde a valorização dos produtores rurais é mais do que uma prática, é uma paixão. E para tornar isso um compromisso, o governo criou, no último dia 25, o Arranjo Produtivo Local (APL) do Queijo.

– O principal objetivo do APL do queijo é apoiar quem já está produzindo e incentivar novos produtores a iniciar a atividade. É mais uma iniciativa fundamental do Governo do Estado para apoiar produtores de todas as regiões fluminenses e fomentar a economia do Rio de Janeiro – destacou o governador Cláudio Castro.

Assessor especial da Setur-RJ e coordenador das ações do Turismo no Vale do Café, Wanderson Farias, comentou sobre a importância do incentivo em parceria com as secretarias de Agricultura e de Desenvolvimento Econômico.

– Com essa parceria estamos incentivando o movimento que cresce a cada dia. Além disso, a Secretaria de Turismo lançou o maior projeto de sinalização turística do Estado do Rio de Janeiro, contemplando todas as 12 regiões turísticas, em especial o Vale do Café, sinalizando as propriedades que fazem parte da Rota do Queijo – disse Wanderson Farias.

Proprietária da Pousada Quinta dos Doges, no município, a advogada Taíssa Salles Romeiro também colhe os frutos do Arranjo Produtivo Local do queijo, que não apenas apoia os talentosos produtores rurais da área, mas também se revela como um catalisador eficaz para a geração de empregos, impulsionando o desenvolvimento econômico regional.

A qualidade distintiva do queijo local agrega valor à experiência gastronômica oferecida pelos hotéis, além de atrair turistas em busca de uma autêntica imersão na cultura e nos sabores únicos de Valença. Assim, a parceria entre o setor hoteleiro e os produtores de queijo fortalece os laços comunitários e contribui significativamente para a prosperidade sustentável da região.

– Esse apoio do Governo do Estado é essencial não só para o produtor rural, mas pensando também no turismo local, porque é um turismo de experiência, é um turismo inclusivo. Então esse incentivo é fundamental para a localidade, é mais uma novidade turística, mais uma experiência diferenciada, e isso incrementa muito a região, porque o turismo movimenta a economia – garantiu Taíssa Salles Romeiro.

Experiência Gastronômica

Tudo começou durante uma conversa no Empório Rural Valença, uma loja familiar que desde 2017 trabalha com pequenos produtores locais. Hoje, o espaço vende itens de quase 60 produtores do Vale do Café de Valença, Vassouras e Rio das Flores. Muitos desses são produtores de queijo. E não é à toa que a rota tem o seu ponto de encontro no Empório, por todo o simbolismo de ter sido criada ali.

– Durante o atendimento de turistas, nós percebemos que muitos deles tinham curiosidade sobre a produção artesanal de queijo, como era feito, e como se fazia para visitar. Então nós decidimos chamar esses produtores, um receptivo da cidade, chamamos os hoteleiros, além de diversas pessoas envolvidas com o turismo na cidade, para poder atender a esta demanda dos turistas que estava cada vez crescendo mais. Nos reunimos na loja para entender como poderia ser formatada uma rota, e assim surgiu a rota do queijo – explicou Marcelo Ribeiro, proprietário do Empório Rural Valença.

 

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Rota conta com quatro fazendas

Quatro fazendas integram a rota, proporcionando aos visitantes uma imersão no processo de produção de queijos, desde a matéria-prima até o produto final, com degustações que elevam a experiência. Essa incursão promove o turismo na região e ainda destaca a relevância dos produtos regionais, agregando valor e identidade à cidade e à região, compartilhando não apenas seus queijos excepcionais, mas também as histórias por trás de cada pedaço.

Dentre as propriedades participantes, está a Fazenda Du’Vale, cujo queijo fino possui certificações nacionais e internacionais, inclusive o reconhecimento de especialistas franceses. Abriga a primeira caverna subterrânea do Brasil para a maturação de queijos, tudo isso para proporcionar um elemento mineral de qualidade e tornar o queijo um produto artesanal e único.

– Eu já estou na quarta geração de queijeiros da família. O meu tataravô em 1910 já fazia queijo tipo parmesão, aqueles queijos curados nos porões da fazenda. Eu costumo dizer que nas veias de um produtor rural, principalmente do produtor de leite, não corre sangue, corre leite e, para fazer isso aqui, tem que ser apaixonado, desde a pessoa que planta o capim, que vai servir de alimento para vaca, até o maturador de queijo, todo mundo envolvido, com muito amor, muita dedicação, para sair um queijo premiado aí mundialmente – detalhou Rodrigo Du Vale, dono da Du Vale Queijos.

Preservação cultural

A Rota do Queijo também busca a preservação cultural, o estímulo à economia local e o reconhecimento da excelência dos produtores de queijo de Valença.

O Rancho Lo Buono, que trocou o gado bovino pelos búfalos. Na sua fazenda, o casal Eduardo e Mônica prepara, na frente dos visitantes, a verdadeira muçarela de búfala, além de queijos finos como gruyère, receita vinda da Suíça, o “bufalobrie”, e até o gelato.

– Eu fui criador de gado bovino por muitos anos acompanhando meu pai, mas sempre tive uma curiosidade muito grande pelos búfalos que, desde criança, via como um gado mais calmo, mais tranquilo. Além disso, como profissional de saúde eu descobri muitas crianças com alergia à proteína do leite de vaca e isso me fez pesquisar sobre o leite de búfalas como uma alternativa. Assim, eu iniciei a criação em 2013 e comecei a fazer os produtos que eu fazia com leite de vaca com o leite de búfalas e me surpreendeu muito a textura, o paladar, sem falar no potencial nutritivo que o leite de búfalas tem – garantiu Eduardo Lo Buono, cirurgião dentista, odontopediatra, especialista e mestre.

Da assistência técnica básica a linhas de crédito para fomento

Por trás dos estudos e da orientação técnica aos produtores, está a Emater-RJ, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento – SEAPPA. Os agentes dão suporte desde a produção primária até a gestão da propriedade, inclusive a projetos de crédito rural para impulsionar as atividades dos produtores.

– A atuação da Emater começa na assistência técnica no dia a dia das propriedades, mas também passa pela captação de recursos, a gente está sempre atuando com a confecção de projetos de crédito, seja pelas linhas disponibilizadas pelo governo federal, ou pelas linhas de fomento do próprio Governo do Estado. Hoje a gente tem no Estado do Rio o melhor programa de fomento do Brasil, provavelmente. O Estado disponibiliza linha de crédito a 2% ao ano de juros aos produtores – declarou Rafael de Sousa Pereira, supervisor da Emater-RJ, no escritório de Valença.

Além do apoio turístico da Setur-RJ, a Emater-RJ desempenha um papel na estruturação das queijarias, na divulgação das marcas em outros estados e na realização de eventos. Essa instituição é também responsável pelo levantamento oficial de produção no estado, fornecendo dados fundamentais para a criação de políticas públicas e a busca por investimentos. Valença, assim, não apenas conquista paladares, mas também fortalece sua posição como um polo promissor na produção de queijos de qualidade.

Como participar da rota

O Ponto de Encontro é no Empório Rural, em Valença-RJ, com saída às 8h e previsão de retorno, às 16h.

Quatro Fazendas, que fazem parte da rota, são selecionadas para a visitação com degustação livre de queijos e derivados do leite, e, em uma delas, almoço oferecido, feito na panela de barro e no fogão a lenha.

É preciso adquirir o passaporte da Rota do Queijo, e se cumprir toda a jornada, ao final, o participante ganha um certificado de conhecimento de produtos e produção.

Crianças menores de 6 anos não pagam, e de 6 a 12, pagam meia.

O passaporte custa R$ 270, com 50% no ato da contratação e o restante durante o passeio.

Informações mais completas, através do WhatsApp (24) 99883-1085 – Ellem – @mundowoods

 

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Nesta segunda parte da entrevista, Damián e Cristina da NZX falaram sobre o Global Dairy Seminar, um evento importante que ocorrerá em alguns dias em Cingapura, e sobre os novos mercados que impulsionarão a demanda por produtos lácteos nos próximos anos.

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