O queijo integra a identidade cultural de Minas Gerais. Mais do que um alimento, é símbolo da tradição e tem importante contribuição para o desenvolvimento do estado.
queijo minas
Um dos principais símbolos da identidade cultural e gastronômica de Minas é celebrado dentro e fora do país.
O queijo integra a identidade cultural de Minas Gerais. Mais do que um alimento, é símbolo da tradição e tem importante contribuição para o desenvolvimento do estado.

A produção queijeira é parte fundamental da economia local em muitas regiões de Minas, envolvendo não apenas produtores, mas criadores de gado e outros setores. Feitos artesanalmente há séculos, os queijos mineiros representam o trabalho dedicado de gerações de produtores, que vêm aprimorando técnicas e investindo em capacitação. O resultado são sabores e qualidade cada vez mais reconhecidos dentro e fora do país.

Crédito Ludymila Marques_ Sistema Faemg Senar

“Os queijos artesanais de Minas têm conquistado mais visibilidade nos últimos tempos, sendo fortemente premiados. Receber medalhas nos principais concursos da Europa, por exemplo, já é fato corriqueiro, o que tem refletido na valorização do produto na hora da venda”, explica o especialista do Sistema Faemg Senar, Elmer Almeida. Somente na comercialização dos queijos artesanais de Minas Gerais, houve uma receita superior a R$ 6 bilhões em 2022, de acordo com a Seapa. Nesse cenário, segundo Elmer, uma das grandes conquistas foi o aumento da autoestima dos produtores rurais, que enxergam a atividade como algo relevante e têm cada vez mais prazer no que fazem.

A celebração do queijo é evidente em festivais e eventos em diversas partes de Minas Gerais, ocasiões que reúnem produtores, chefs, entusiastas e visitantes, destacando a importância cultural do queijo, incentivando a preservação e a promoção das tradições queijeiras. “Temos a ExpoQueijo, que é o principal evento do segmento no país e conta com concurso para avaliação de queijos de todo o mundo e que é uma consequência da produção do queijo artesanal de Minas. Tem o mundial de queijos que ocorre em São Paulo, sem falar do nosso Festival do Queijo Artesanal de Minas, realizado pelo Sistema Faemg Senar e Sebrae, que ajuda a divulgar os queijos, gerando visibilidade e oportunidade de negócios para os prodtores rurais”, acrescenta Elmer.

Evolução

O crescimento da produção dos queijos mineiros se conecta com a própria história de formação de Minas Gerais. Acredita-se que tenha começado no início do século XVIII, com a exploração do ouro e a chegada dos portugueses, aumentando o número de pessoas no estado e a consequente necessidade de alimento. “Mas a evolução da atividade ocorreu principalmente a partir dos anos 2000 com a criação da lei 14.185, que permitiu o comércio legalizado do queijo artesanal de leite cru”, explicou Elmer. Em 2008, o modo artesanal de fabricação do queijo mineiro foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, título que contribuiu ainda mais para a valorização dos produtores locais e iniciou medidas para facilitar a circulação do produto.

“Nos últimos vinte e poucos anos, aumentou muito o número de pesquisas pelas universidades e pelos institutos de educação sobre os queijos artesanais. Interesse que tem refletido também no retorno dos jovens filhos de produtores de queijo ao campo. Também eram poucos os técnicos com o conhecimento necessário naquela época. Aqui destaco o intenso trabalho do Sistema Faemg Senar, que promove cursos e treinamentos sobre processos de produção, boas práticas agropecuárias, de fabricação, entre outros”, acrescenta o especialista.

Somente em 2023, foram 202 cursos que beneficiaram um total de 2.209 alunos. “Com o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), o Senar levou atendimento a 596 propriedades. Atualmente estão sendo atendidas 394 propriedades em todo o estado. Do volume total de queijo produzido no Brasil, 40% têm origem em Minas Gerais, mostrando a força do estado no contexto de produção nacional”, reforçou a analista de ATeG, Paula Lobato.

No último mês, três executivos de altíssimo nível, da Danone (França), do Carrefour (França) e da Tereos (França), organizações muito respeitadas e admiradas, em diferentes

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